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Por que suplementos multivitamínicos são um desperdício de dinheiro?

A verdade é que a maior parte das vitaminas em excesso é excretada pelo seu corpo no xixi. E o uso indiscriminado pode causar danos à saúde.

Por Manuela Mourão
6 jun 2025, 14h00

Em teoria, é linda a ideia de que uma gripe pode ser curada com uma balinha de vitamina C ou de que dá para turbinar o sistema imunológico com um pózinho mágico. Neste mundo mágico, uma jujuba laranja é suficiente para combater resfriados, aumentar a disposição e até melhorar o foco e a memória. A realidade, porém, é bem mais sóbria que isso. 

Tomar suplementos multivitamínicos sem prescrição médica é um desperdício de dinheiro (e tempo, e água). Esses comprimidos reúnem vitaminas, minerais e outros ingredientes que, de fato, são essenciais para a nossa saúde  – mas que, para a maioria das pessoas, podem ser adquiridos tranquilamente numa dieta equilibrada. 

Ainda há um detalhe: a maior parte destas moléculas, quando não estão realmente em falta no nosso organismo, são simplesmente excretadas pelo corpo na urina. Com exceção de suplementação de substâncias específicas – após um diagnóstico e com acompanhamento médico –, esses suplementos amplos e gerais não tem benefício comprovado.

“Os pacientes perguntam o tempo todo: ‘Quais suplementos devo tomar?’. Eles estão desperdiçando dinheiro e foco pensando que precisa de um conjunto mágico de pílulas para mantê-los saudáveis, quando todos deveríamos seguir práticas baseadas em evidências de alimentação saudável e exercícios”, diz Jeffrey Linder, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.

Linder liderou uma equipe de pesquisadores que escreveu um editorial publicado na revista científica JAMA. Neste artigo, os cientistas fizeram uma revisão sistemática envolvendo 84 estudos. Segundo o autor, não existem evidências científicas suficientes para defender o uso de multivitamínicos como prevenção de doenças em adultos saudáveis. 

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Na teoria, um suplemento vitamínico pode funcionar ao fornecer algum nutriente que está faltando no seu corpo. Por exemplo: veganos e vegetarianos costumam suplementar a vitamina B12, pois a falta de alimentos de origem animal em suas dietas resulta em uma lacuna desse nutriente. Porém, estamos falando aqui de uma suplementação específica, e não do uso de pílulas que reúnem um pouco de tudo prometendo melhoras generalizadas na saúde.

Além disso, no caso de pessoas grávidas a suplementação de alguns nutrientes específicos também é uma boa ideia para ajudar no desenvolvimento do bebê. O consumo deve sempre acontecer com recomendação e acompanhamento médico.

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Apesar da maior parte do excedente das vitaminas ser eliminado no xixi sem causar grandes problemas, algumas moléculas específicas, por serem lipossolúveis (ou seja, por se dissolver em gordura) são armazenadas no fígado e não são facilmente eliminadas do corpo. Por isso, o consumo em excesso delas pode causar danos sérios. É o caso, por exemplo, da vitamina D e da vitamina A, duas queridinhas de quem gosta de fazer a suplementação por conta própria, sem necessidade. Fica o aviso: isso pode ser perigoso.

A verdade é que um bom prato de comida equilibrado, com proteínas, legumes e carboidratos, já garante tudo que um coquetel de multivitaminas tem para oferecer. Um PF é mais que suficiente, mais barato e ainda garante a experiência gastronômica e de mastigação que, de acordo com estudos, aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e pode diminuir o risco de deficiências cognitivas. 

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