Especial Namorados: Revista em casa por 9,90

Sonda lançada pela Nasa irá visitar oito asteroides ao longo de 12 anos

A sonda segue em direção a asteroides próximos a Júpiter. Acredita-se que eles sejam fragmentos de planetas – e possam explicar a evolução do Sistema Solar

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 1 ago 2022, 19h14 - Publicado em 18 out 2021, 18h19

No último sábado (16), a sonda Lucy, da Nasa, decolou rumo aos asteroides próximos de Júpiter, conhecidos como Trojans ou asteroides troianos. A sonda passará por oito asteroides ao longo dos próximos 12 anos: Patroclus, Menoetius, Polymele, Orus, Leucus, DonaldJohanson, Eurybates e Queta. 

O objetivo da missão é explorar esses objetos cósmicos para entender como os planetas foram formados. Acredita-se que os asteroides troianos tenham surgido no início do Sistema Solar. Eles compartilham a mesma órbita que Júpiter – ou seja, estão à mesma distância do Sol. Os asteroides troianos estão divididos em dois grupos: um que fica “na frente” de Júpiter, chamado L5, e outro que fica “seguindo” o planeta, chamado L4. Veja abaixo.

Animação mostrando os movimentos dos planetas internos, Júpiter e ambos os enxames de Trojans (verdes) durante o período da missão Lucy.
(Astronomical Institute of CAS/Petr Scheirich/Reprodução)

 Os asteroides do grupo L4 são batizados em homenagem aos personagens homéricos do lado grego da Guerra de Tróia (como Euríbates, Polímelo e Leuco). Já os asteroides do grupo L5 recebem os nomes de personagens troianos (como Patroclus e Menoetius).

A sonda irá estudar a composição, densidade e estrutura de cada asteroide. O nome “Lucy” é uma homenagem ao hominídeo mais antigo já encontrado, batizado Lucy. O esqueleto de 3,2 milhões de anos levou às principais descobertas sobre a evolução humana. Da mesma forma, a Nasa acredita que os asteroides troianos podem revelar segredos sobre a evolução do Sistema Solar.

Missões como a OSIRIS-REx, também da Nasa, já visitaram e coletaram fragmentos de objetos do cinturão de asteroides. No entanto, os asteroides troianos estão mais distantes, e nenhuma sonda chegou até lá. Na ilustração abaixo, os pontos verdes representam o cinturão principal de asteroides, enquanto os troianos são os pontos brancos.

Continua após a publicidade
Este mapa mostra a localização dos enxames de Trojan nos pontos L4 e L5 de Júpiter.
(NASA/Divulgação)

Cerca de 10 mil asteroides já foram detectados nas regiões L4 e L5. Antes de chegar lá, a sonda deve passar pelo asteroide DonaldJohanson, pertencente ao cinturão principal, em abril de 2025. Os asteroides troianos devem ser atingidos entre 2027 e 2033.

Para isso, a sonda precisará fazer uma trajetória complexa. Primeiro, Lucy deve completar uma volta ao redor do Sol, para ganhar velocidade. Depois, ela passa pelo cinturão principal e segue para o grupo L4, onde atinge cinco asteroides. A sonda ainda dá uma segunda volta em torno do Sol antes de seguir para o grupo L5, onde finaliza coletando dados de dois asteroides.

 

A sonda não irá pousar ou coletar fragmentos. Mas as câmeras presentes nela irão analisar propriedades geofísicas dos asteroides. O número de crateras na superfície, por exemplo, pode dar uma estimativa da idade do asteroide (quanto mais crateras estiverem presentes, mais antigo ele é). Já as medições térmicas, de infravermelho e da cor do asteroide podem indicar sua composição química.

Continua após a publicidade

Evolução do Sistema Solar

Um dos modelos teóricos mais aceitos sobre a evolução do Sistema Solar é o Modelo de Nice. A hipótese diz que os planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) se formaram mais próximos ao Sol, e só depois migraram para suas posições atuais.

Durante a migração para a periferia do Sistema Solar, Netuno e Urano teriam deixado fragmentos ao longo do caminho, que formaram cometas e asteroides. Parte desses objetos ficou presa em regiões chamadas “Pontos de Lagrange”, que são justamente as regiões L4 e L5 mencionadas antes. Esses são os pontos em que a influência gravitacional de Júpiter e do Sol estão em equilíbrio, fazendo com que os asteroides fiquem “presos” e se movam em sintonia com o planeta.

Isso explicaria por que há asteroides de tamanhos e formas tão diferentes concentrados em regiões específicas. Os dados enviados pela sonda poderão dar mais respaldo ou refutar a teoria.

Cápsula do tempo

Lucy não irá voltar para a Terra. Se a sonda estiver em boas condições ao final da missão, a Nasa pode usá-la para analisar outros asteroides, mas seu papel continuará sendo de mandar informações remotamente. 

Continua após a publicidade

Os astrônomos equiparam a sonda com uma placa que serve como “cápsula do tempo”. Ela contém poemas, mensagens e letras de músicas para que, no futuro, outros humanos possam recuperar a sonda e ter acesso à cultura do século 20 e 21. A música Lucy in the sky with diamonds, é claro, está registrada na cápsula.

Placa na sonda Lucy com 20 mensagens de várias pessoas, incluindo John Lennon, Martin Luther King Jr., The Beatles, e mais.
(SwRI/LM/NASA)
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.