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Testosterona promove comportamentos sociais – não só agressivos e sexuais

O hormônio adequa a reação a cada situação e potencializa a atitude mais apropriada para o momento – que pode ser amistosa ou violenta.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 18 ago 2022, 18h07 - Publicado em 18 ago 2022, 17h25
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  • A testosterona é o principal hormônio sexual masculino; mas também é produzida por mulheres, que mantêm uma quantidade muito inferior à dos homens. Ela é a responsável, na puberdade, por causar o engrossamento da voz, o aumento de músculos e da quantidade de pelos no corpo. O hormônio também está ligado à agressividade e ao desejo sexual.

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    Um casal de pesquisadores buscava descobrir se a testosterona também seria responsável por diminuir comportamentos sociais. O que eles descobriram foi justamente o contrário, a testosterona promove interações sociais positivas – além de sexuais e agressivas.

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    O estudo fez testes com gerbils, pequenos roedores da mesma família dos ratos. A espécie apresenta alguns comportamentos específicos, que os cientistas usaram a seu favor: durante o acasalamento, os machos ficam agressivos para proteger o território; com a fêmea grávida, eles se tornam mais carinhosos e, uma vez que os filhotes nascem, assumem o papel de protetores.

    No experimento, os pesquisadores pegaram casais de gerbils em que a fêmea estava grávida e o macho exibia a atitude carinhosa. Então eles deram às cobaias masculinas uma injeção de testosterona. Eles esperavam que o aumento no nível do hormônio diminuiria as demonstrações de carinho, caso a testosterona atuasse como uma molécula antissocial.

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    Em vez disso, o macho se tornou ainda mais afetuoso e sociável com sua parceira.

    Uma semana depois, os pesquisadores realizaram um teste diferente. As fêmeas foram removidas das gaiolas e um macho desconhecido foi introduzido. Segundo os pesquisadores, um macho normalmente perseguiria outro macho que entra em seu território ou tentaria evitá-lo. Em vez disso, os machos que haviam recebido previamente a injeção de testosterona eram mais amigáveis ​​com o invasor.

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    Essa amistosidade, no entanto, durou pouco. Quando os cientistas injetaram outra dose de testosterona nas cobaias iniciais, elas passaram a exibir comportamentos esperados de perseguição e/ou rejeição. “Era como se eles de repente acordassem e percebessem que não deveriam ser amigáveis ​​naquele contexto”, afirma Aubrey Kelly, principal autora do estudo. “Parece que a testosterona amplifica comportamentos apropriados para o contexto – como aumentar a tendência de ser carinhoso, protetor ou agressivo.”

    Os pesquisadores explicam que, no habitat natural, acasalar com um parceiro eleva a testosterona, que os prepara para agir de forma carinhosa no momento e no futuro próximo – quando estiverem com o parceiro, mesmo que os níveis de testosterona diminuam.

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    Se um rival entrasse em seu território, o gerbil provavelmente experimentaria outra onda de testosterona que ajustaria seu comportamento para que ele pudesse afastar o rival e proteger os filhotes. O hormônio, então, parece ajudar os animais a alternar rapidamente entre as respostas adequadas à medida que a situação muda.

    Apesar do comportamento dos roedores ser muito mais simples que o humano, o estudo fornece uma base para compará-lo com outras espécies – inclusive conosco. Tanto os hormônios como as partes do cérebro em que eles agem são iguais às nossas. Aprender como esses hormônios funcionam e como afetam o comportamento dos animais também nos ajuda a entender como eles influenciam nossas próprias respostas e nossa sociabilidade.

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