Como os satélites na órbita da Terra fazem para não bater uns nos outros?
Eles podem usar pequenos propulsores para ajustarem suas órbitas, mas isso raramente é necessário: o céu é bem mais organizado que uma avenida terráquea.
Eles podem usar pequenos propulsores para manobrar e evitar colisões. Isso aconteceu, por exemplo, em setembro de 2019, quando a Agência Espacial Europeia (ESA) elevou a altitude de um aparelho para evitar que ele fosse atingido por um dos minissatélites de internet Starlink, da SpaceX. Não existe piloto automático: a ESA percebeu o risco com cinco dias de antecedência e deu o comando.
A questão é que esse tipo de coisa não deve acontecer e raramente acontece. O espaço é… espaçoso. E os operadores cuidam para não posicionar novos satélites em órbitas concorridas. Ao final da vida útil, esses artefatos usam suas últimas gotas de combustível para acessar órbitas-cemitério isoladas ou reentrar na atmosfera da Terra, onde o atrito com o ar os desintegra.
Caso o risco do satélite causar algum dano na superfície do planeta seja maior que 1 em 10 mil, recomenda-se uma manobra mais precisa, que faça a nave cair em uma área isolada do Pacífico.
A ESA calcula que, dos 9.600 satélites já lançados, 5.500 ainda estejam em órbita, e só 2.300 permaneçam operacionais. Ou seja: mesmo com os protocolos de descarte, ainda há um bocado de lixo espacial – e muitos pesquisadores pensando em soluções para esse problema.
Pergunta de @mateusarena, via Instagram
Fontes: National Environmental Satellite Data and Information Service, da NOAA; ESA; Luiz Gadelha, engenheiro aeroespacial, UFABC.