Existe algum dimorfismo sexual em cães?
Sim. Mas as diferenças anatômicas entre machos e fêmeas são tão discretas que acabam sendo imperceptíveis.
Sim. O grau de dimorfismo é discreto e varia de raça para raça. Em muitas variedades de cães, as diferenças anatômicas entre sexos são imperceptíveis para olhos destreinados.
Afora características sexuais primárias e secundárias óbvias, como as tetas inchadas em cadelas grávidas ou os testículos nos machos, apenas veterinários e aficionados por esses pets sabem identificá-las.
O traço dimórfico mais óbvio é o tamanho. Um estudo com 6.221 cães de 75 raças – de chihuahuas de 20 cm de altura aos gigantescos lebréis irlandeses – revelou que 69 delas têm machos, em média, maiores que as fêmeas.
O problema é que o dimorfismo só se torna óbvio se você puder observar uma grande amostra de cães da mesma raça. (Este Oráculo gostaria de observar um exército de salsichinhas, por favor.)
Pense assim: se você fosse um alienígena estudando a Terra e observasse apenas duas fêmeas humanas, uma com 1,80 m e outra com 1,50 m, seria impossível concluir que, em média, as mulheres têm algo como 1,60 m. Normalmente, dois ou três cachorros da mesma raça é tudo que conseguimos ver ao mesmo tempo.
Os pesquisadores descobriram que 24 raças consideradas monomórficas pela Federação Cinológica Internacional (FCI, a maior organização de criadores de cães do mundo), na verdade, apresentam algum dimorfismo quando observadas com critérios extremamente estritos. Esse dado dá uma noção do quão discretas essas diferenças podem ser.
Os cães também podem ser dimórficos no crânio, mas isso é mais raro: numa análise de 80 raças, dez exibiram diferenças entre sexos na largura da cabeça, e só cinco no comprimento. Criadores que são fãs de algumas linhagens específicas, como os border collies, consegue identificar facilmente o sexo dos cães pelo formato da cabeça.
Fonte: artigos “A pilot study of sexual dimorphism in the head morphology of domestic dogs” (2014), de Johanna J. Carrasco e outros; e “Allometry of sexual size dimorphism in domestic dog” (2012), de Daniel Frynta e outros.
Pergunta de Maria Clara Rossini, repórter da Super.