Sim. O melhor seria falar de cânones bíblicos, no plural – cada vertente religiosa tem o seu. Algumas tradições, como as Igrejas Ortodoxas Etíope e Eritreia, têm 81 livros. Já os protestantes consideram 66. Os católicos também, mas adicionam outras sete escrituras sagradas, totalizando 73 livros.
Esses sete livros extras são chamados deuterocanônicos, e estão presentes na Septuaginta, uma tradução em grego do Antigo Testamento. Eles foram fixados no cânone católico com o Concílio de Trento, em 1564. No entanto, deixaram de ser reconhecidos pelo judaísmo rabínico nos primeiros séculos da era comum e pelos protestantes a partir de Martinho Lutero.
O Lutero também chegou a duvidar da canonicidade de alguns livros do Novo Testamento, como Tiago, Hebreus e Apocalipse, mas que depois foram aceitos e incorporados pelas igrejas protestantes. A rejeição dos deuterocanônicos por vários dos reformadores foi a última grande mudança no cânone cristão.
O cânone bíblico surgiu a partir de discussões e acordos entre fiéis e autoridades religiosas que já usavam os textos que compõem a Bíblia em seu cotidiano religioso, e depois foi validado e endossado por concílios oficiais. A canonização não é uma escolha aleatória, e sim um reconhecimento de textos que já são entendidos como normativos pela comunidade.
O reconhecimento dos livros do Novo Testamento foi guiado por alguns critérios como apostolicidade (vínculo do autor com Cristo), antiguidade (datação do livro próxima aos eventos) e catolicidade (aceitação geral do texto entre as comunidades cristãs primitivas). Como não existem apóstolos vivos hoje (alguém que tenha andado ao lado de Jesus na Palestina do século 1), o cânone está fechado para novas adições ou remoções.
A palavra vem do grego kanōn, que representava um instrumento de medição. Ela passou a representar a norma para o que é sagrada escritura e regra de fé e o que não é.
Pergunta de @miltonpereira1986, via Instagram
Fonte: Andrey Masson, teólogo e pastor
Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus
Já imaginou uma cidade sem o SUS?
Abelha “Lúcifer”: cientistas identificam nova espécie com chifres “diabólicos”
Seu nome está no ranking? Saiba como explorar a nova plataforma Nomes do Brasil
Pesquisadores encontram primeiro “fóssil de raio” na Amazônia







