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O que é uma “quilonova”?

Ela é mais brilhante que uma nova. Mas menos brilhante que uma supernova.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 jun 2020, 11h41 - Publicado em 19 nov 2019, 14h24

É um fenômeno astronômico muito violento: a colisão de duas estrelas de nêutrons.

Uma estrela de nêutrons é o que sobra de uma estrela com até 30 vezes a massa do Sol quando seu combustível acaba e ela desaba sobre si mesma. O astro se torna um caroço minúsculo e compacto, de densidade altíssima: uma colher de chá pesa 1 bilhão de toneladas.

Elas têm esse nome porque os elétrons e prótons dos átomos se tornam nêutrons. Como boa parte da área ocupada por um átomo é a órbita dos elétrons, e não o núcleo, sem os elétrons a matéria consegue alcançar o grau de compactação inacreditável mencionado acima.

(Estrelas muito, muito grandes podem ultrapassar o limite necessário para se estabilizar na forma de estrela de nêutrons – são essas que colapsam de vez e se tornam buracos negros. Você pode entender melhor esse processo nesta reportagem.)

Uma pancada entre dois desses monstros maciços brilha um bocado – mil vezes mais que outro fenômeno astronômico: uma nova (que ocorre quando um tipo de estrela chamado anã-branca suga o plasma de uma estrela vizinha).

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Assim, do mesmo jeito que um quilograma são mil gramas, a quilonova equivale a mil novas. A pergunta agora é: por que nova? Ideia do astrônomo Tycho Brahe, no século 16. Ele achou que a luz dessa morte cataclísmica fosse o oposto: uma estrela nova nascendo no céu.

Duas estrelas de nêutrons só colidem se já estiverem muito próximas uma das outras, claro. É por isso que as quilonovas acontecem em sistemas solares binários – como o do planeta Tatooine de Star Wars, que orbita em torno de duas estrelas em vez de uma.

A detecção da primeira quilonova pelo observatório de ondas gravitacionais LIGO teve auxílio da astrônoma brasileira Marcelle Soares-Santos. Leia mais sobre ela aqui.

 

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