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Por que livros expostos ao Sol desbotam em todas as cores, menos o azul?

A explicação para aquela aparência desolada das vitrines de sebo.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 mar 2024, 10h50 - Publicado em 21 mar 2024, 10h00

Senta que lá vem história física de ensino médio.

O Sol emite luz de todas as cores. Cada cor é uma onda eletromagnética de um certo comprimento. A onda mais longa e menos energética é o vermelho, a onda mais curta e energética é o violeta, e todas as outras cores estão em algum ponto intermediário ao longo desse gradiente. 

Uma gráfica usa três cores primárias para imprimir qualquer coisa: ciano, magenta e amarelo (além do preto, é claro). O ciano é a cor comumente chamada de turquesa ou verde-água. O magenta, por sua vez, é mais conhecido como fúcsia ou rosa-choque. 

Distribuindo essas cores primárias da indústria gráfica ao longo desse degradê – o chamado sistema CMYK –, você descobre que o magenta é a cor de menor energia, porque está mais perto da ponta vermelha do espectro. O amarelo é intermediário, e o ciano tem as ondas de energia mais alta.

O problema é o seguinte: coisas de papel não têm luz própria. Eles apenas refletem a luz solar ou artificial que incide sobre elas. Sendo assim, a tinta magenta precisa refletir apenas ondas avermelhadas preguiçosas em direção aos nossos olhos, e absorver todo o resto do espectro (justamente as cores que ficam para os lados do violeta, mais energéticas). 

Quando o pigmento absorve radiação de alta energia, suas moléculas acabam se quebrando, e ele vai perdendo a cor. Por outro lado, a tinta ciano só precisa absorver as cores da parte mais preguiçosa do espectro, enquanto reflete as ondas azuladas, que têm mais energia. Essas ondas são menos danosas e não danificam tanto o pigmento.

É por isso que, em bancas de jornal e sebos, os materiais expostos ao sol perdem primeiro os tons vermelhos, depois os amarelos e só então os azuis.

Pergunta de Luisa Costa, repórter da revista Você RH.

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