A cafeína, também encontrada no chá preto e no Red Bull, possui efeito diurético moderado (isto é, dá uma ligeira vontade de ir ao banheiro) – principalmente se você consumir doses altas, a partir de 500 mg. Mas haja pausa para tanto cafezinho: seria preciso tomar oito xícaras de 30 ml, já que cada uma contém 64 mg de cafeína.
Assim, um estudo de 2014, feito pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, não encontrou relação entre desidratação e um consumo decente de café. No estudo, 50 homens se revezaram em beber 4 canecas de café ou água por dia ao longo de três dias (o que, vamos convir, não é pouco). Ao final, houve dez dias de detox e os times foram trocados: quem havia bebido água no primeiro round bebeu café no segundo, e vice-versa. A ideia era verificar se diversos indicadores de hidratação na urina do time café eram muito piores que os do time água. A diferença entre os dois times foi negligível.
O hábito também entra na conta. Quem toma café com frequência acostuma o corpo ao efeito diurético da cafeína. Além disso, ao ingerir bebidas com cafeína, você consome junto a água que vai na composição delas. No fim das contas, o xixi extra acaba compensado pelo próprio café. Ou chá. Ou energético.
Um estudo de 1928 (sim, de antes da Segunda Guerra Mundial) é citado com frequência por quem argumenta que o café enche a bexiga além da conta, mas ele está ultrapassado: teve apenas 3 voluntários e não foi conduzido dentro dos padrões rigorosos adotados hoje pela comunidade científica.