Uma pessoa surda fica necessariamente muda?
Não. Em geral, o aparelho fonador funciona normalmente, motivo pelo qual o termo "surdo-mudo" é errado.
Não. As pessoas que perdem a audição durante a vida, em geral, preservam a capacidade de falar. Elas não esquecem como articular palavras ou cantar músicas, ainda que não sejam mais capazes de ouvir a si mesmas (o que pode gerar algumas dificuldades no controle do volume e da entonação, por exemplo).
Além disso, o termo “mudo” é inadequado porque passa a impressão de que há algo de errado com as cordas vocais e outras partes do aparelho fonador da pessoa. Não há: todos os mecanismos necessários para falar existem e funcionam, o que muda é o grau em que os surdos são capazes de utilizá-los.
O maior desafio é alfabetizar em português crianças que já nascem com surdez profunda. Fica mais difícil alcançar a fluência de uma pessoa ouvinte, já que o processo de aquisição de linguagem depende da audição e das conversas com outros falantes. Sem o acompanhamento profissional adequado, essa criança pode acabar crescendo sem falar.
Vale lembrar, porém, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua como qualquer outra, com gramática e vocabulário próprios. Ela ativa as mesmas regiões do cérebro que as línguas faladas. Ou seja: para alguém alfabetizado em Libras, o português é uma segunda língua, exatamente como o inglês ou o espanhol são para a maioria de nós.
Pergunta de @icafreitas, via Instagram