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Cure a aracnofobia usando realidade virtual

Se você é daqueles que não suporta nem ver a teia da aranha, temos boas notícias.

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h04 - Publicado em 25 abr 2016, 18h30

Arrepios na nuca, náusea e até desmaios: as fobias podem mexer muito com a gente. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, a aracnofobia é uma das mais comuns, atingindo cerca de 7% da população mundial. Se você faz parte deste grupo, respire fundo porque a ciência está encontrando um jeito de te ajudar usando realidade virtual – e apenas alguns segundos de contato com uma aranha de verdade.

As fobias fazem a gente perceber a realidade de uma forma diferente. Quem sofre de aracnofobia, por exemplo, enxerga as aranhas muito maiores do que elas de fato são. Partindo desta ideia, um grupo de cientistas da Universidade de Ratisbona, na Alemanha, decidiu usar a realidade virtual para combater este aspecto específico da fobia. Para isso, eles realizaram um estudo com 61 pessoas – 41 aracnofóbicos e um grupo de controle de 20 não fóbicos. 

Eram quatro etapas de testes: primeiro, os pesquisadores pediram que os participantes medissem o próprio medo em uma escala de “nenhum medo” até “muito medo”. Depois, uma aranha de verdade era colocada em frente à pessoa, a uma distância segura, e o participante precisava estimar o tamanho do bicho. A terceira parte era uma atividade em realidade virtual, na qual a pessoa era exposta a aracnídeos digitais durante 5 minutos – enquanto seus batimentos cardíacos eram monitorados. Por último, os cientistas pediam que os participantes retornassem depois de algumas semanas para uma nova estimativa do tamanho da aranha de verdade.

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O estudo foi tão arrepiante que só 22 fóbicos conseguiram terminá-lo – e até uma pessoa que não tinha medo de aranhas desistiu. Mas o tratamento ajudou pelo menos metade dos que sofriam com o mal: nas primeiras estimativas, quem tinha fobia estimou para a aranha um tamanho 80% maior do que a realidade, enquanto no segundo encontro com o bicho, os aracnofóbicos só exageraram em 15%. No grupo de controle, a estimativa do tamanho da aranha não variou. Com isso, os cientistas chegaram à conclusão de que a exposição ao objeto da fobia, mediada pela tecnologia, ajudou as pessoas a perceberem a realidade de uma forma mais racional.

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A pesquisa, porém, tem alguns problemas. Apesar de haver um grupo de controle de pessoas que não tinham medo de aranhas, não havia como saber se foi mesmo a realidade virtual que ajudou os aracnofóbicos a ter uma percepção menos exagerada ou se foi o encontro com a aranha real que agiu como um tratamento de choque para a fobia. Então, o próximo passo dos pesquisadores é repetir o estudo, agora focando nos efeitos realidade virtual. Eles esperam que, em breve, o tratamento esteja disponível para qualquer fobia no mundo todo. 

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