Despertar e aumentar o desejo sexual com uma ajudazinha externa sempre foi uma obsessão humana. Uma das primeiras menções aos afrodisíacos (batizados em homenagem a Afrodite, deusa grega do amor) está na Bíblia, quando Léa e Raquel, mulheres de Jacó, fazem um preparado com raiz de mandrágora. Desde então, plantas e alimentos foram usados para melhorar o sexo, mas só no século 20 a ciência conseguiu chegar perto dos efeitos desejados com a descoberta do famoso Viagra.
A milagrosa pílula azul surgiu por acaso, quando a empresa americana Pfi zer pesquisava um novo medicamento para tratar a angina, uma doença cardíaca. Durante os testes da droga, em 1994, os pesquisadores Nicholas Terrett e Peter Ellis, funcionários da Pfi zer, descobriam que um de seus efeitos colaterais era o aumento da irrigação sangüínea no pênis, a partir da potencialização do óxido nítrico. Os ingleses Peter Dunn e Albert Wood conseguiram sintetizar o composto numa pílula, aprovada pelo FDA (o órgão que regulamenta medicação nos EUA), em 1998, como o primeiro remédio contra a impotência. No mesmo ano, os americanos Robert Furchgott, Louis Ignarro e Ferid Murad dividiram o Nobel de medicina por seu trabalho com o óxido nítrico, sem o qual seria impossível a criação do Viagra.