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As 12 bactérias mais letais do mundo, segundo a OMS

Elas são resistentes a antibióticos, uma cortesia da seleção natural que custa 700 mil vidas todos os anos. Veja a lista divulgada em 2017.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 14h34 - Publicado em 1 mar 2017, 16h17

Ao melhor estilo velho oeste, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pôs um preço na cabeça de doze bactérias assassinas específicas — as mais letais do mundo. Elas não são procuradas, pois estão em toda parte, e não há mais como matá-las: resistentes a antibióticos, elas são responsáveis por 700 mil mortes todos os anos, cifra que pode subir para 10 milhões até 2050.

Mais de 70 infectologistas, microbiólogos e especialistas em saúde pública e em medicina intensiva de vários países se envolveram na produção do relatório de 2017, que apresenta o grau de risco oferecido por cada micro-organismo. A resistência que as bactérias criaram aos remédios disponíveis hoje é uma consequência previsível da seleção natural. Aquelas que nascem com mutações que as tornam mais resistentes a antibióticos sobrevivem mais tempo e acabam espalhando um número cada vez maior de descendentes com a mesma carga genética vantajosa — o que torna o combate das doenças quase impossível.

A lista foi encomendada pelos países membros da organização para que, de agora em diante, eles possam priorizar os esforços de pesquisa e desenvolvimento de tratamentos nas espécies que apresentam maior risco para a população, escapando dos critérios de seleção da indústria farmacêutica, que nem sempre trabalha de acordo com o interesse público. Veja abaixo a lista completa, com 12 odiadas de fazer inveja a Tarantino.

 

Risco crítico

Acinetobacter baumannii

Pode causar infecções oportunistas — quando uma bactéria se aproveita da fragilidade do sistema imunológico de alguém que já está doente para causar ainda mais problemas (entenda melhor na SUPER) — nas vias respiratórias e no sistema urinário. É a maior causadora de infecções hospitalares do mundo.

Pseudomonas aeruginosa

Contamina equipamento médico, causa infecções nos rins e pulmões e ataca pacientes já internados por causa de queimaduras graves. Como a baumannii, gosta de organismos já debilitados.

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Enterobacteriaceae

Esse não é o nome de uma espécie específica, mas de um grupo que inclui bichinhos já famosos como a Klebsiella pneumonia ou a Escherichia coli, que se reproduz a cada 20 minutos. Vários deles não oferecem risco ao ser humano, mas outros são responsáveis por vários tipos de intoxicação alimentar. Um fenômeno que você pode entender nesta matéria da SUPER.

 

Risco alto

Enterococcus faecium

Pode ser inócua e habitar nosso intestino, mas também pode causar meningite em recém-nascidos.

Staphylococcus aureus

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Outra frequentadora assídua do nosso corpo, ela pode causar sinusite, intoxicação alimentar e problemas dermatológicos como abcessos.

Helicobacter pylori

Câncer no estômago, úlceras duodenais e gastrite crônica estão entre os problemas já associados à presença da Helicobacter no nosso sistema digestório. Mas ela não faz nada em mais de 85% das pessoas que infecta.

Salmonella spp.

Grupo de bactérias responsáveis por intoxicações alimentares e a febre tifóide, que matou 161 mil pessoas em 2013.

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Neisseria gonorrhoeae

O nome entrega a obra: é a responsável pela gonorreia, doença sexualmente transmissível tão antiga que é descrita até no Antigo Testamento da Bíblia. Leia mais sobre ela aqui na SUPER.

Campylobacter

Causa abortos espontâneos em vacas e ovelhas. No ser humano, causa infecções oportunistas.

 

Risco médio

Streptococcus pneumoniae

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Um dos maiores causadores de pneumonia e meningite bacteriana em crianças e idosos.

Haemophilus influenzae

Apesar do nome, ela não tem nada a ver com o vírus responsável pela gripe. Como a maior parte das bactérias da lista, também é responsável por infecções oportunistas em pessoas já debilitadas.

Shigella spp.

Parente da salmonela, é uma das quatro bactérias que mais causam diarreia em crianças da África e do Sudeste Asiático: é responsável por algo entre 80 e 165 milhões de casos da doença todos os anos.

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