Pode. O vírus da caxumba geralmente se instala nas glândulas parótidas (logo abaixo das orelhas), mas pode afetar várias outras regiões do corpo. Em cerca de 25% dos homens infectados, ele escolhe justamente os testículos – mas só faz estragos nos que já passaram pela puberdade. Nesses casos, há 50% de risco de os testículos se atrofiarem ou de as glândulas espermáticas serem danificadas – podendo produzir menos espermatozóides e de pior qualidade e até mesmo interromper de vez a sua produção. As conseqüências podem ir desde alguma dificuldade reprodutiva até a total esterilidade.
Mas esse tipo de complicação é cada vez mais rara. A vacina tríplice viral – que protege contra caxumba, sarampo e rubéola – costuma ser tomada na infância e dar imunidade contra o vírus pelo resto da vida. Além disso, 85% das vítimas da doença são menores de 15 anos.
Em tempo: mulheres também podem ter seus ovários infectados. Mas isso só acontece em 5% dos casos e raramente leva à infertilidade.
Quatro dúvidas básicas…
…E uma pergunta que não quer calar
O que é?
Uma infecção causada por um vírus da família Paramyxoviridae, parente da rubéola e do sarampo.
Como se pega?
Através de gotículas de saliva, quase sempre por contato direto com um infectado (beijo, tosse, espirro ou respiração em locais fechados).
Quais são os sintomas?
Pode haver inchaço nas glândulas parótidas, dor ao mastigar, febre e dor de cabeça. Um em cada 5 homens sente dor nos testículos.
Tem tratamento?
Não. O jeito é tratar os sintomas e esperar passar. O vírus pode ser transmitido por até dois meses após o desaparecimento dos sintomas.
Ficar com as pernas para cima evita que o vírus desça?
Não. O vírus circula pela corrente sanguínea e pode se instalar em qualquer lugar, não importa a posição da vítima. Isso inclui os testículos, a tireóide, o pâncreas, o fígado e até o cérebro.