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Crianças podem ter 56% menos chance de serem infectadas pelo coronavírus

É o que diz um novo estudo britânico. Um retorno às aulas, porém, segue sendo perigoso – seja por lá, seja aqui.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 25 Maio 2020, 20h24 - Publicado em 25 Maio 2020, 20h12

As escolas inglesas receberam ordens do governo britânico para voltarem a funcionar no dia 1º de junho. Apesar das instruções de distanciamento social nas salas de aula, a decisão preocupou cientistas, que não sabem os riscos que esse retorno poderá trazer para a saúde pública. Pensando nisso, pesquisadores da University College London (UCL) e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres analisaram uma gama de artigos sobre a pandemia e concluíram: crianças e adolescentes (menores de 20 anos) podem ter 56% menos chance de contrair o vírus.

Os pesquisadores avaliaram mais de seis mil artigos sobre a doença – muitos ainda não publicados – e separaram 18 que traziam informações relevantes sobre a infecção em crianças. Os relatórios mostravam informações sobre testes de vírus e anticorpos, rastreamento da transmissão e também dados sobre grupos de infecções domésticas. Não houve ensaio clínico envolvendo crianças e adultos para confirmar a hipótese, então as evidências são consideradas preliminares.

De toda forma, observaram que os pequenos têm menos chances de pegar o vírus. Consequentemente, as crianças teriam menos chances de transmitir o vírus. Em um dos artigos analisados, foi constatado que, de 31 casos de covid-19, apenas três poderiam ter uma criança como vetor. 

Por outro lado, há quem veja a decisão do governo britânico como irresponsável, já que não há um sistema amplo de rastreamento de casos no país, o que pode desencadear uma segunda onda da doença. As crianças podem até não desenvolver quadros graves (isso é raro, de fato), mas ainda podem agir como vetores assintomáticos do vírus. Por exemplo: uma mãe vai ao mercado e acaba pegando o Sars-Cov-2; ela passa ao seu filho, que não apresenta sintomas e segue indo para a escola. Na instituição, tem contato com outro amigo, que vive com os avós. E os avós desenvolvem a doença, com alto risco de morte. 

Apesar da pesquisa indicar que as chances de infecção são reduzidas pela metade, isso não significa que as crianças estejam imune, claro. Um grupo de cientistas independentes presidido pelo químico David King alertou que os riscos de contágio poderiam ser diminuídos pela metade se as escolas inglesas esperassem mais duas semanas para voltar a rotina – já que a taxa de transmissão do vírus estaria menor no Reino Unido em em meados de junho. Mais: o relatório indica que o ideal, mesmo, seria segurar até setembro.

Além disso, as crianças enfrentam outros perigos. Há indícios de que elas possam desenvolver uma doença diferente da Covid-19, chamada Síndrome Inflamatória Multisistêmica Infantil (MIS-C), que aparece semanas após a infecção pelo vírus. O quadro começa com o surgimento de algumas manchas pela pele, mas pode se intensificar, causando problemas cardíacos, renais, neurológicos e podendo levar o paciente à óbito.

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Quanto à Covid-19, não há evidências que comprovem por que as crianças seriam menos suscetíveis à infecção, e ao desenvolvimento da doença. Mas cientistas supõem que pode haver uma diferença anatômica entre os pulmões de adultos e crianças, que dificulte a inserção do Sars-CoV-2 no órgão. Outra hipótese é que as crianças podem ter desenvolvido defesas tão boas contra outros tipos de coronavírus (causadores de resfriados comuns) que tenham desenvolvido um grau maior de imunidade ao Sars-Cov-2, não observado em adultos. 

O calendário britânico está planejado da seguinte forma: no dia 1º de junho, devem ser abertas as escolas primárias da Inglaterra, e em 15 de junho, está programada a volta de adolescentes de 14 a 16 anos. A Escócia, segunda maior nação do Reino Unido, deve reabrir as escolas apenas em 11 de agosto, enquanto a Irlanda do Norte deve esperar até setembro. Para o País de Gales, a outra nação britânica, não há data definida. 

No Brasil, as escolas seguem fechadas O que faz todo o sentido. Se no Reino Unido, onde a curva de casos e de mortes está mais achatada que a daqui, a reabertura já é algo controverso, fazer isso no Brasil seria colocar gasolina no fogo da epidemia

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