OMS declara que Covid-19 não é mais uma emergência internacional
A doença, contudo, segue como um problema de saúde contínuo – que deverá ser acompanhada de perto por todos os países. Veja as recomendações da organização.
Em um comunicado publicado nesta sexta (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não vai mais enquadrar a Covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), sua maior forma de alerta. Essa classificação foi feita há mais de três anos, em 30 de janeiro de 2020.
A decisão veio após a 15a reunião do comitê de emergência voltado à Covid da OMS, realizado na última quinta (4). De acordo com os especialistas do órgão, faz mais de um ano que o número de casos da doença está em queda. A imunidade da população (por meio de vacinas e da exposição ao coronavírus) cresceu, enquanto a taxa de mortalidade e a pressão nos sistemas de saúde ao redor do mundo diminuíram.
“Essa tendência permitiu que a maioria dos países voltasse à vida como a conhecíamos antes da Covid”, disse Tedros Adhanom (foto), diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
Em 30 de janeiro deste ano, quando o anúncio de emergência completou três anos, a OMS disse que ainda não era hora de rever a classificação. O principal motivo era a onda de infecções na China no final de 2022, quando o país relaxou as suas medidas para evitar casos.
Adhanom, contudo, declarou na época que esperava ver o fim da emergência ainda em 2023.
Os próximos passos
A OMS espera que algumas medidas sejam flexibilizadas – ela aconselha, por exemplos, que países não exijam mais comprovantes de vacinação da Covid como pré-requisito para viagens internacionais.
Mas isso não significa que a doença ainda não seja uma ameaça à saúde global. Em abril, houve 2,8 milhões de casos pelo mundo – e mais de 17 mil mortes. Para a OMS, apesar da retirada da classificação de ESPII, a Covid-19 ainda é uma pandemia (termo que se refere à disseminação mundial de uma doença) – e ainda deve demorar para deixar de ser.
O que fazer, então? Eis algumas orientações que os países devem seguir, segundo a OMS:
-Entender como melhorar a prontidão do país para futuros surtos;
-Atualizar os planos de preparação para pandemias de patógenos respiratórios;
-Integrar a vacinação contra Covid no calendário de imunização;
– Manter a Covid sob vigilância. Ou seja: atualizar dados sobre mortalidade, morbidade e acompanhar o surgimento de variantes do vírus Sars-CoV-2. Tudo, claro, deve ser reportado à OMS.
-Apoiar o desenvolvimento de novos imunizantes.