Sono de qualidade está ligado a mais anos de vida
Estudo aponta que homens que dormem bem regularmente tendem a ganhar, em média, cinco anos a mais. Mulheres vivem mais dois.
Dez entre dez médicos afirmam que dormir bem faz parte de uma vida saudável. E isso você deve saber na prática. Quem não mantém uma disciplina com as horas na cama tem uma tendência maior à falta de disposição, sonolência durante o dia, descuido com os horários das refeições… Tudo de ruim.
Agora um estudo mostrou que, além disso, manter uma rotina que inclua um sono de qualidade faz a diferença também na longevidade das pessoas. Homens que dormem bem regularmente podem viver quase cinco anos a mais do que aqueles que não repousam assim, enquanto as mulheres podem se beneficiar em dois anos, sugere a pesquisa.
E uma descoberta importante foi que não basta dormir muito. A questão que faz a diferença não é a quantidade de horas dormidas, mas a qualidade desse soninho.
Os pesquisadores incluíram dados de 172.321 pessoas com idade média de 50 anos, 54% das quais mulheres, que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde entre 2013 e 2018. O estudo analisou a saúde da população dos EUA e incluiu perguntas sobre sono e hábitos de sono.
As pessoas foram acompanhadas por uma média de 4,3 anos. Nesse tempo, 8.681 morreram. Dessas mortes, 2.610 (30%) foram por doenças cardiovasculares, 2.052 (24%) por câncer e 4.019 (46%) por outras causas.
O bom sono foi baseado em cinco fatores diferentes: 1) duração ideal do sono de sete a oito horas por noite; 2) dificuldade em adormecer não mais do que duas vezes por semana; 3) dificuldade em dormir não mais do que duas vezes por semana; 4) não fazer uso de nenhum medicamento para dormir; 5) sentir-se descansado ao acordar por pelo menos cinco dias da semana.
A cada fator de sono foi atribuído zero ou um ponto. Ou seja, quem atingisse cinco teria a almejada melhor qualidade do sono.
O estudo constatou que, em comparação com pessoas que relatavam zero a um fator de sono favorável, aqueles que apresentavam todos os cinco tinham 30% menos probabilidade de morrer por qualquer motivo, 21% menos probabilidade de morrer de doença cardiovascular, 19% menos probabilidade de morrer de câncer e 40% menos probabilidade de morrer de outras causas.
Entre homens e mulheres que relataram ter todas as cinco medidas de sono de qualidade, a expectativa de vida foi 4,7 anos maior para homens e 2,4 anos maior para mulheres, em comparação com aqueles que não tinham nenhum ou apenas um dos fatores.
Os pesquisadores estimaram ganhos na expectativa de vida a partir dos 30 anos, mas afirmam que o modelo também pode ser usado para prever ganhos em idades mais avançadas.
Frank Qian, médico da Harvard Medical School e coautor do estudo, afirmou: “Vimos uma clara relação: quanto mais fatores benéficos alguém tiver em termos de qualidade de sono, haverá uma redução gradual das mortes ligadas, principalmente, a problemas cardiovasculares”.