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Squirting existe, sim. Agradeça a suas glândulas de Skene.

Nem todas as mulheres atingem a “ejaculação feminina”, mas ela não é mito. O líquido incolor e sem cheiro é liberado por um orifício próximo à uretra

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 21 fev 2024, 16h44 - Publicado em 21 fev 2024, 16h01

A uretra e o canal vaginal não são os únicos orifícios da região íntima feminina. Minúsculos, outros buraquinhos geralmente passam despercebidos nas ilustrações anatômicas da vulva: são as aberturas das glândulas de Bartholin e das glândulas de Skene

Os furos de Bartholin ficam nos pequenos lábios, e liberam os fluidos que lubrificam a vagina para a penetração durante o sexo. Já os de Skene ficam mais próximos à uretra, e são responsáveis por um dos fenômenos mais misteriosos do sexo: o squirt, ou “ejaculação feminina”.

Squirting significa “esguichar”, em inglês. Durante a excitação sexual, algumas mulheres podem secretar um líquido incolor e sem cheiro. Ele pode ser liberado aos poucos e passar despercebido no sexo – mas também pode vir como um jato de líquido, o que lhe rende o apelido de ejaculação feminina.

Apesar do nome, ele obviamente não funciona como a ejaculação masculina. Primeiro porque o squirt não é obrigatório para atingir o orgasmo: é possível esguichar sem ter um orgasmo, e vice-versa. Segundo porque o esguicho não tem a ver com a liberação de gametas, como ocorre com homens.

As glândulas de Skene também servem para lubrificar a genital – em especial, a região da uretra. Acredita-se que o líquido secretado tenha ação antimicrobiana, para prevenir infecções urinárias (embora isso ainda não tenha sido confirmado por pesquisas robustas). Essas glândulas têm a mesma origem embrionária que a próstata masculina.

O esguicho pode acontecer quando há uma estimulação dessas glândulas durante o sexo – por exemplo, durante a excitação da parede vaginal anterior ou da região externa próxima à uretra. Mas vale lembrar que, assim como o orgasmo, não há uma regra que vale para todo mundo – até porque a anatomia e fisiologia das pessoas são diferentes.

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Desenho representativo dos órgãos e tecidos com funções sexuais.
No esquema acima, as glândulas de Skene estão representadas pelo número 10, enquanto as glândulas de Bartholin são as de número 5 (Sciencia58/Wikimedia Commons/Reprodução)

Além disso, nem todas as mulheres terão a “ejaculação feminina”, e tudo bem. O squirt não é sinônimo de prazer e não deve virar uma obsessão durante a vida sexual.

A verdade é que esse fenômeno não é totalmente compreendido cientificamente. Parte disso ocorre graças à confusão de nomes e conceitos que se referem ao fenômeno na literatura científica. Além disso, muitos desses estudos foram feitos por homens – já que, historicamente, a maior parte dos cientistas era do sexo masculino.

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Por exemplo: ainda não há consenso sobre a composição do líquido. Ele pode conter substâncias semelhantes às encontradas na urina, como creatinina e ureia, mas em concentrações menores. Também é possível encontrar o chamado antígeno específico da próstata (PSA) – pois é, ele não aparece só em homens.  

E que fique claro: o líquido liberado pelas glândulas de Skene não é xixi. Quando passam pela experiência, algumas mulheres acham que urinaram durante o sexo. Mas dá para diferenciar os dois: diferente do xixi, o squirt não tem cor ou cheiro. 

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