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Vacina nasal para Alzheimer será testada em humanos pela primeira vez

O ensaio clínico acontecerá em um hospital da Universidade Harvard, nos EUA, e deve analisar, principalmente, a segurança e a dose ideal do composto.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 1 ago 2022, 17h38 - Publicado em 25 nov 2021, 15h40

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem algum tipo de demência, sendo o Alzheimer o problema mais comum. A doença neurodegenerativa, conhecida por causar perda de memória e confusão, não tem cura. Por enquanto, há apenas tratamentos medicamentosos que controlam os sintomas por tempo limitado. 

Não foi por falta de tentativas. Grandes farmacêuticas tentam produzir remédios que interrompam a progressão da doença há décadas, mas nenhuma obteve sucesso. Agora, a história pode começar a mudar.

Howard L. Weiner, professor de neurologia na Escola de Medicina de Harvard e líder em pesquisas sobre o Alzheimer há quase 20 anos, se prepara para iniciar os testes clínicos de uma vacina em formato de spray nasal desenvolvida pelo seu grupo de estudo. O objetivo é prevenir ou retardar a progressão da doença. 

O ensaio de Fase 1 será conduzido no Brigham and Women’s Hospital – o segundo maior hospital universitário da Escola de Medicina de Harvard – com 16 participantes com idades entre 60 e 85 anos. Todos os voluntários estão com Alzheimer em estágios iniciais e não possuem quaisquer outros problemas de saúde relevantes.

Serão oferecidas duas doses da vacina com intervalo de uma semana entre elas. Nesse primeiro teste, os pesquisadores devem analisar a segurança do composto e também determinar a dose ideal a ser administrada.

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Como a vacina funciona?

As placas amiloides são uma característica-chave da doença de Alzheimer. Elas se formam quando pedaços de proteína beta-amiloide se acumulam entre as células nervosas, bloqueando a sinalização entre elas nas sinapses, região entre neurônios por onde passam os impulsos nervosos. Consequentemente, isso interfere a capacidade das pessoas de pensar ou recordar informações. 

Pesquisas sugerem que o estímulo ao sistema imunológico pode ajudar a limpar as placas amiloides – e a nova vacina se baseia nesta hipótese. O spray pulveriza nariz adentro um medicamento chamado Protollin, que ativa os glóbulos brancos encontrados nos gânglios linfáticos do pescoço para que eles migrem ao cérebro e comecem a eliminação das placas. O medicamento acorda nossos soldadinhos internos e os envia para a faxina. 

Em junho deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos EUA, aprovou o primeiro medicamento para o Alzheimer, o aducanumab, mas a decisão veio acompanhada de polêmicas. Ainda não há consenso sobre a eficácia do remédio e mais testes clínicos foram solicitados à fabricante. Você pode saber detalhes dessa história nesta reportagem da Super.

Há ainda outros medicamentos à base de anticorpos que podem entrar no mercado no futuro. A farmacêutica Eli Lilly planeja enviar dados de seu remédio, o donanemab, ao FDA até o final do ano. As empresas Biogen e Eisai também estão nessa corrida com seu medicamento, o lecanemab. 

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