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Paralimpíadas: saiba como funcionam as cadeiras de rodas de cada esporte

Achou que fosse tudo igual? Nada disso. Cada equipamento é otimizado de acordo com a modalidade e posição do atleta no time.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 5 set 2024, 11h06 - Publicado em 14 ago 2024, 14h51

Se você está em luto com o fim das Olimpíadas, lembre-se que os jogos ainda não acabaram: faltam menos de duas semanas para as Paralimpíadas, que iniciam em 28 de agosto. A delegação brasileira começou a embarcar para Paris na última segunda (12). Teremos a maior equipe olímpica da história do país, com um total de 279 atletas representando o Brasil.

Assim como nas Olimpíadas, a abertura das Paralimpíadas ocorrerá ao ar livre. Os atletas e espectadores ocuparão a Praça da Concórdia, entre a Champs-Elysées e os Jardins de Tuileries, para o evento. Ele ocorre no dia 28 (uma quarta-feira), das 15h às 18h no horário de Brasília.

O programa paralímpico contém 23 modalidades, sendo que quatro delas são jogadas obrigatoriamente em cadeiras de rodas. São elas: o basquete, tênis, rugby e esgrima. Outros esportes podem ter atletas cadeirantes ou categorias específicas para cadeiras de rodas.

Em todo esporte paralímpico, os atletas passam por uma classificação funcional que avalia o tipo e grau de deficiência do indivíduo. A elegibilidade para a modalidade e categoria em que o atleta será alocado dependem dessa classificação.

Basquete em cadeira de rodas

Jogadores paraolímpicos jogando basquete em cadeira de rodas.
(Agência Brasil Fotografias / Wikimedia Commons/Reprodução)

É o esporte que deu origem aos Jogos Paralímpicos, sendo inicialmente uma atividade de reabilitação para veteranos feridos na Segunda Guerra Mundial. No basquete, a cadeira de rodas é considerada parte do corpo do jogador. Elas são fabricadas sob medida para os atletas, de acordo com seu corpo, deficiência e posição no time.

As rodas das cadeiras são inclinadas em um ângulo de 15º a 20º, dando maior agilidade e velocidade aos jogadores. Além das duas rodas maiores, as cadeiras têm duas rodinhas na parte dianteira, e mais uma ou duas na parte traseira. Elas são importantes para dar estabilidade e evitar que a cadeira tombe para trás com muita frequência – por exemplo, na hora de pegar uma bola vindo de trás ou no contato com um oponente.

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Os pés dos atletas ficam em um descanso embaixo do assento, que é protegido por uma estrutura metálica, geralmente de titânio ou fibra de carbono. Ao sentar, os jogadores ficam presos por cintos de segurança. As cadeiras devem ser resistentes e leves, pesando em torno de 12kg.

Cinco jogadores competem em cada time. Cada atleta recebe uma nota de 1,0 (menor mobilidade) a 4,5 (maior mobilidade). A soma dos pontos dos cinco atletas em um time não pode passar de 14. Um atleta nível 4,0, por exemplo, terá mais facilidade para ser ativo no jogo.Para não passar de 14, o time deve colocar também um atleta de nível mais baixo. Dessa forma, os dois times ficam equilibrados.

Isso também influencia o design da cadeira. Atletas de níveis mais baixos podem ter o tronco comprometido, então competem com encostos altos e assentos baixos, que ajudam a manter o equilíbrio. Já os de níveis mais altos podem competir com encostos baixos e assentos altos, já que eles possuem melhor equilíbrio sentados. 

A quadra é do mesmo tamanho do basquete em pé. Os jogadores devem quicar ou passar a bola após empurrar a cadeira de rodas duas vezes – caso contrário, eles são penalizados.

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Tênis em cadeira de rodas

Jogador paraolímpico jogando basquete em cadeira de rodas.
(Edwin Martinez from The Bronx / Wikimedia Commons/Reprodução)

O tênis em cadeira de rodas tem uma diferença principal em relação à modalidade em pé: a bola pode quicar duas vezes na quadra antes que o jogador a devolva. A segunda vez que a bola toca no chão não precisa estar dentro nos limites da quadra.

A cadeira de rodas é semelhante à do basquete, mas com algumas diferenças importantes. Como não há contato direto entre os atletas, as cadeiras não precisam de uma estrutura metálica na frente, protegendo o corpo. Em vez disso, as rodinhas dianteiras são alongadas, posicionadas mais à frente da cadeira. Isso permite que o jogador se incline mais para frente sem cair, chegando mais rápido até a bola. 

As rodas grandes também são inclinadas em um ângulo de 20º em relação ao chão. Há apenas uma rodinha na parte de trás da cadeira, para evitar que o assento tombe na hora de um saque, por exemplo. As cadeiras costumam ter apoios para os joelhos.

As cadeiras podem variar muito dependendo da deficiência do atleta. Alguns, por exemplo, podem preferir jogar de joelhos, sem o apoio do assento. O ideal é que a cadeira seja feita sob medida para atender às preferências e necessidades do atleta.

Existem duas categorias no tênis: open e quad. A primeira atende atletas com deficiências apenas nos membros inferiores, enquanto a segunda abrange deficiências nos membros superiores também.

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Rugby em cadeira de rodas

Jogadores paraolímpicos jogando basquete em cadeira de rodas.
Jogadores paraolímpicos jogando Rugby em cadeira de rodas, na posição de ataque. (Agência Brasil Fotografias / Wikimedia Commons/Reprodução)

O rugby é um esporte misto, em que homens e mulheres competem no mesmo time. Pessoas com paralisia em três ou quatro membros podem jogar – por isso a bola é redonda (e não oval), e as rodas das cadeiras possuem tampos, para facilitar o manuseio.

Quatro pessoas competem em cada time: dois na defesa e dois no ataque. Os jogadores da defesa possuem uma cadeira com a parte dianteira mais longa, com um para-choque feito para bater e segurar a cadeira dos oponentes. Já as cadeiras de atacantes possuem um para-choque protetor e são mais estreitas para circular melhor entre jogadores. 

Cadeira de rodas adaptada para atletas paraolímpicos do esporte Rugby.
Cadeira de rodas adaptada para atletas de defesa no Rugby (Maria Clara Rossini/Reprodução)

No rugby, o atleta recebe uma nota que vai de 0,5 (menor função física) até 3,5 (maior função física). A soma dos quatro atletas em um time não pode passar de oito pontos. “Geralmente, os atletas que são 0,5 até 1,5 jogam em cadeira de defesa, por não terem muita velocidade e mobilidade com a bola”, diz José Higino Souza, presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas. “Mas isso não é regra”.

As cadeiras são mais pesadas em comparação ao basquete. O rugby é um esporte de alto impacto, então não é incomum ver batidas e até cadeiras tombando durante a partida.

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Esgrima em cadeira de rodas

Jogadores paraolímpicos jogando esgrima em cadeira de rodas.
(Marie-Lan Nguyen / Wikimedia Commons/Reprodução)

A esgrima é o esporte mais diferente da lista. Os atletas competem sentados em cadeiras fixas no chão. Eles não podem se mover para frente ou para trás, e estão sempre próximos do oponente. Isso significa que eles podem usar apenas a parte superior do corpo para a luta – tornando a partida bem mais rápida e intensa.

A distância entre as duas cadeiras é definida por quem tiver o menor alcance de braço. Uma das mãos é usada para segurar a arma, enquanto a outra deve ficar na cadeira de rodas. Assim como nas Olimpíadas, o esgrima paralímpico é dividido em três categorias: florete, sabre e espada. 

Todos os atletas possuem alguma deficiência que afeta a função motora. Competidores da categoria A possuem um bom equilíbrio sentados, com deficiências que afetam os membros inferiores. Na categoria B, os atletas têm limitações que afetam o equilíbrio sentados ou os membros superiores.

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A repórter participou de uma partida de rugby em cadeira de rodas a convite da Coloplast.

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