Vulcão Kīlauea, do Havaí, tem maior erupção em décadas; veja ao vivo
Jatos de lava de 300 metros de altura na maior ilha do Havaí podem ser apreciados em transmissões ao vivo. Saiba como assistir.

Nunca foi tão fácil assistir a uma erupção vulcânica: hoje em dia, existe até transmissão ao vivo.
É o caso do vulcão Kīlauea, no Havaí, um dos mais ativos do mundo. As erupções da cratera Halema’uma’u começaram em 23 de dezembro de 2024 e podem ser assistidas ao vivo no canal do Youtube do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Não se deixe enganar pelo tempo de atividade: nada indica que a situação está se acalmando.
Desde o início desta temporada, o vulcão já esteve ativo 23 vezes. Esses episódios de erupção são separados por breves intervalos, e mesmo neles o vulcão continua emitindo gases tóxicos e a lava continua escorrendo.
Ainda no último domingo (25), depois de seis meses de atividade, alguns jatos atingiram mais de 300 metros de altura. Cientistas calculam que o Kīlauea emita cerca de 75 mil toneladas de dióxido de enxofre por dia enquanto está ativo. Segundo o USGS, essa é a maior erupção do vulcão nos últimos 40 anos.
“A erupção atual tem sido caracterizada por jatos não vistos em nenhuma erupção desde os jatos de 1983-86 no início da erupção Pu‘u‘ō‘ō”, escreveram os representantes do USGS em uma atualização recente sobre o caso.
E isso não é pouca coisa: a erupção Pu‘u‘ō‘ō” foi a erupção mais longa e volumosa dos últimos 500 anos – começou em 1983 e só terminou em 2018. Foi no mesmo vulcão, o Kīlauea, que depois de 35 anos ativo, já havia coberto mais de 144 km² com lava. A ilha até cresceu neste período: a costa sudeste ganhou 144 hectares por conta das rochas que se formaram com a solidificação da lava.
O vulcão Kīlauea ocupa cerca de 14% da área terrestre da Ilha Havaí(a maior do arquipélago) e se eleva a 1.227 metros acima do nível do mar. A cratera Halema’uma’u, que está em erupção agora, fica no cume do vulcão e, na mitologia indígena, é considerada o lar de Pele, a deusa havaiana do fogo e dos vulcões.
Não há nenhuma residência imediatamente em risco com a erupção do vulcão, já que ele fica em uma parte fechada do Parque Nacional dos Vulcões do Havaí. No entanto, os gases tóxicos emitidos podem viajar além dos limites do parque.
“Altos níveis de gases vulcânicos — principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2) — são o principal risco preocupante, pois podem ter efeitos de longo alcance a favor do vento”, escreveram representantes do USGS.
Quando misturado com outros gases e partículas atmosféricas, o dióxido de enxofre liberado pelo vulcão cria uma névoa chamada smog vulcânico. Se for inalado em altas concentrações, o smog vulcânico pode causar problemas respiratórios e irritação nos olhos e na pele.
Esse não é o único risco que sai voando da cratera: a lava pode formar fios de vidro, que são levados pelo vento. Esses fragmentos são chamados de Pele, em homenagem à deusa havaiana, e eles também podem causar danos à saúde.
O espetáculo brutal da natureza ainda não tem previsão de término. No canal da USGS, há transmissões ao vivo ativas de vários ângulos do Kīlauea – para apreciar sem correr riscos.