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Labrador virtual pode ajudar a reduzir o número de mordidas de cães

Ele se chama DAVE, e foi criado por pesquisadores ingleses para ensinar as pessoas a identificarem possíveis sinais agressivos nos cachorros. Veja como.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 3 out 2022, 18h41 - Publicado em 3 out 2022, 18h40

A realidade virtual está sendo usada como ferramenta educacional para ajudar a prevenir mordidas de cães. O projeto é liderado por pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra.

Como parte de seu estudo, pesquisadores testaram um labrador de realidade virtual apelidado de DAVE (Dog Assisted Virtual Environment) para explorar como os humanos reconhecem e interpretam sinais agressivos em cães.

Mordidas de cães são uma preocupação crescente da saúde pública da Inglaterra. Pesquisas da Universidade de Liverpool apontam que adultos vão três vezes mais ao hospital por mordidas de cães no país entre 1998 e 2018. Os pesquisadores acreditam que DAVE possa melhorar a compreensão das interações comportamentais entre humanos e cães e ajudar os pesquisadores a enfrentar esse problema.

De acordo com os pesquisadores, estudar a interação humana com um cão agressivo é eticamente difícil, não só por causa do risco para a pessoa, mas também porque os cientistas não querem forçar os animais a um estado desconfortável. Um cachorro virtual resolve ambos problemas.

Para seu estudo inicial, os pesquisadores recrutaram dezesseis adultos e os deixaram explorando uma sala de estar virtual com o modelo também virtual do labrador deitado no canto oposto do cômodo.

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A equipe perguntou aos participantes se eles reconheciam e entendiam os sinais de comportamentos agressivos exibidos pelo cachorro – como lamber os lábios, levantar a pata dianteira, recuar, latir, rosnar e mostrar os dentes. Comportamentos assim são sinais de que o animal não quer que você se aproxime.

Os participantes se comportaram e interagiram com o modelo da mesma forma que se esperava que agissem com um cão de verdade – os participantes perceberam o cão como realista. Dito isso, três deles chegaram perto demais do animal agressivo e foram mordidos. Virtualmente, é claro. 

Os pesquisadores sugerem que DAVE possa ser usado em outras áreas de pesquisa comportamental, como aulas de segurança para cães e no tratamento de fobias.

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Paula Boyden, diretora veterinária da Dogs Trust, uma instituição britânica de bem-estar animal especializada cães e que ajudou a financiar o estudo, espera que o projeto ensine as pessoas a ficarem seguras pertos de cachorros: “Antes de ocorrer uma mordida, um cão geralmente exibe comportamentos sutis para indicar que está desconfortável e não quer ser abordado. Ao educar as pessoas sobre esses comportamentos, esperamos que as incidências de mordidas de cães possam ser significativamente reduzidas”.

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