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Missão a Marte é suspensa pela Europa em protesto contra a Rússia

A ExoMars, que pretende buscar sinais de vida em Marte, tinha lançamento previsto para setembro. Agora, juntou-se a outras missões que estão pendentes. Confira.

Por Luisa Costa
Atualizado em 19 mar 2022, 09h56 - Publicado em 18 mar 2022, 19h10

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira (17) a suspensão da missão ExoMars, que contava com a cooperação da Roscosmos, agência espacial russa, e enviaria a sonda Rosalind Franklin para Marte em setembro.

Em votação unânime, o Conselho da ESA decidiu cortar laços com a Roscosmos devido à invasão da Ucrânia. Em comunicado, a agência “reconheceu a atual impossibilidade de realizar a cooperação” e afirmou que está “totalmente alinhada” com as sanções impostas ao país por seus Estados-membros.

“Como organização intergovernamental encarregada de desenvolver e implementar programas espaciais em pleno respeito pelos valores europeus, lamentamos profundamente as baixas humanas e as trágicas consequências da agressão à Ucrânia.”

A ESA já tinha antecipado sua decisão em 28 de fevereiro, quando anunciou que o lançamento em setembro era “muito improvável”, por questões práticas e políticas. Agora, a suspensão da missão acontece em meio a outras tensões entre agências espaciais devido ao contexto da guerra.

Futuro da ExoMars

A missão ExoMars pretende verificar se já existiu vida no Planeta Vermelho. Para isso, a sonda deve extrair amostras do solo marciano a uma profundidade de dois metros. Segundo a ESA, a procura no subsolo é crucial. Lá, existem mais chances de se encontrar sinais de vida preservados do que na superfície marciana, devido à radiação solar e cósmica.

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A colaboração da Roscosmos forneceria a plataforma de lançamento e o foguete Proton, necessários para enviar a sonda ao espaço. A própria sonda conta com instrumentos fornecidos pela Rússia. 

Para substituir tudo isso, o Conselho da ESA autorizou o Diretor Geral da agência – o astrônomo e executivo austríaco Josef Aschbacher – a realizar um “estudo industrial acelerado” para encontrar as melhores alternativas para continuação da ExoMars.

Uma opção seria a cooperação entre a ESA e a Nasa. Esse, inclusive, era o plano original da agência europeia, antes da Nasa desistir do programa. Segundo Aschbacher, a agência americana expressou “forte vontade” de apoiar a missão.

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Por enquanto, o futuro da missão está incerto. O lançamento da sonda não acontecerá antes de 2026, disse Aschbacher. “Mesmo isso é muito desafiador.”

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Outras missões

Não é só a ExoMars que está pendente. Antes, em 26 de fevereiro, a Rússia decidiu interromper os lançamentos de seus foguetes Soyuz no Centro Espacial da Guiana Francesa, base de lançamento usada pela ESA, além de retirar seu pessoal de lá.

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Isso aconteceu em resposta às sanções europeias que atingem, por exemplo, os setores financeiro, energético e de transporte da Rússia. Depois disso, cinco missões da ESA que seriam lançadas pela nave russa ficaram no limbo: dois lançamentos de satélites de navegação Galileo, o telescópio espacial Euclid, os satélites EarthCARE (dedicados a observações da Terra de cunho científico) e um satélite de reconhecimento francês.

Segundo comunicado, o Diretor Geral da ESA também está avaliando serviços alternativos de lançamentos para essas missões. Haja trabalho.

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