Telescópio TESS, da Nasa, descobre duas novas “super-Terras”
Os novos exoplanetas têm cerca de duas vezes o tamanho da Terra e quatro vezes a massa do nosso planeta.
O telescópio espacial TESS, da Nasa, possibilitou que um time internacional de astrônomos descobrisse dois novos exoplanetas classificados como “super-Terras”, com quase o dobro do tamanho da nossa casa planetária.
Uma super-Terra é uma classe de exoplanetas com mais massa que a Terra e menos massa que o gigante gasoso Netuno. Exoplanetas, por sua vez, são planetas fora do nosso Sistema Solar.
Essas novas super-Terras orbitam próximas a estrelas anãs vermelhas, o menor tipo de anãs. São as estrelas mais comuns na Via Láctea e cerca de dez vezes menores que o Sol.
Os exoplanetas foram chamados de TOI-6002 b e TOI-5713 b, nomes baseados em como suas estrelas são chamadas.
Esse nome estranho para as estrelas e seus planetas vem de uma iniciativa do telescópio TESS de examinar 200 mil dos astros mais próximos do Sol para encontrar exoplanetas em volta. Por enquanto, já foram encontrados 7.200 candidatos, chamados de TOI (TESS Objects of Interest, ou Objetos de Interesse do TESS). Desses, 543 foram confirmados como exoplanetas.
Os dois novos exoplanetas entraram para o time dos confirmados depois de serem identificados por um grupo de astrônomos liderados por Mourad Ghachoui, da Universidade de Liège, na Bélgica.
A descoberta astronômica foi divulgada no site arXiv e está em fase de pré-print, ou seja, o artigo não foi revisado por outros pesquisadores e não foi publicado numa revista científica.
Conheça os exoplanetas
O telescópio TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite, ou satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito) é um projeto da Nasa, liderado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que foi lançado em 2018 na órbita da Terra. A missão pretende encontrar pelo menos 50 exoplanetas rochosos que estejam próximos o suficiente da Terra para serem analisados exoplanetas pelo maior e mais potente telescópio James Webb.
As super-Terras foram identificadas de acordo com o trânsito dos exoplanetas. Isso ocorre quando o movimento deles tapa a luz de suas estrelas, permitindo que os cientistas percebam que alguma coisa está ali.
Uma delas, a TOI-6002 b, tem o raio 65% maior que o da Terra, com quatro vezes mais massa. Uma volta em torno de sua estrela demora quase 11 dias. O exoplaneta e sua estrela tem, entre si, 0,06% da distância entre a Terra e o Sol. A temperatura média é de cerca de 48 °C.
O TOI-5713 b é 77% maior que a Terra, com massa quatro vezes maior que nosso planeta. Seu período orbital leva 10,5 dias, e a distância entre ele e a estrela também é equivalente a 0,6% da nossa distância para o Sol. Essa super-Terra é um pouco mais quentinha: temperatura média de 74 °C.
Ainda não dá para saber a composição desses exoplanetas – podem ser tanto rochosos quanto ricos em água. As super-Terras estão fora da chamada zona habitável de suas estrelas, então, infelizmente, não vai dar para se mudar para TOI-6002 b ou TOI-5713 b. Novos estudos para entender como eles funcionam pode nos ajudar a identificar exoplanetas habitáveis no futuro.