Por que a bola de futebol americano não é redonda?
A história do quibe voador tem a ver com a primeira câmera de ar que esses orbes usaram: uma bexiga de porco.
Em partes, pela tradição: esse é o formato aproximado de uma bexiga de porco inflada, o órgão que era usado originalmente como câmara de ar para as bolas. Esse balão fornecido pela mãe natureza era, então, forrado com couro de porco ou boi. Até hoje, por causa disso, essas bolas são chamadas informalmente de pigskin (“pele de porco”).
A verdade é que uma bexiga urinária suína é mais parecida com uma coxinha do que com um quibe. Por isso, as primeiras bolas de rugby, futebol americano e outros esportes similares eram assimétricas, com uma extremidade arredondada e a outra mais pontuda. O caos não se limitava ao formato: as dimensões também variavam conforme o tamanho do porco que havia fornecido o órgão.
O principal motivo das bolas serem quibes até hoje é facilitar o manejo do orbe. Quando estão correndo, os jogadores o carregam aninhado no antebraço e pressionado contra o corpo, algo que seria mais difícil se ele fosse redondo – principalmente porque a defesa do time adversário passa o jogo tentando arrancar o dito-cujo de você com o método milenar do tapão.
Na hora dos passes, o quarterback (o capitão do time e, geralmente, o primeiro a receber a bola na jogada) faz lançamentos de dezenas de metros, e a bola oval também é melhor para isso: é possível arremessá-la com o bico para frente, girando em torno do próprio eixo, um método bem mais preciso e aerodinâmico do que as redondas comuns permitem.
Chutar, claro, fica bem mais difícil, mas há poucas jogadas em que se usa os pés – e há membros em cada time treinados especialmente para as situações em que uma bica é necessária.
É justamente na seara dos chutes que o Brasil brilha na liga de futebol americano dos EUA, a NFL: Cairo Santos, um atleta de Limeira (SP), é chutador titular do time Chicago Bears. Ele atua profissionalmente no esporte desde 2014.
Pergunta de @diego.zanchetta, via Instagram.