Por que a tradução de William é Guilherme?
Guilherme Shakespeare tá de olho (E um spoiler curioso: você já percebeu que Wilma é, de certa forma, uma versão feminina de Guilherme?).
Porque ambos os nomes derivam do nome proto-germânico *Wiljahelmaz, que significa, ao pé da letra, “vontade de proteger” – e designa um guerreiro resoluto, decidido. Prova disso é que até hoje, em inglês, will significa “determinação” e helm significa “elmo”, que é um capacete militar medieval.
No alemão atual, a grafia do nome é Wilhelm – os imperadores alemães Guilherme I e II se chamavam Wilhelm I e II. Pronuncie “Wilhelm” em voz alta (lembre-se que o “w” tem som de “v”) e você perceberá imediatamente que a palavra soa como um meio termo entre William e Guilherme.
Uma consequência interessante disso é que, embora Guilhermina seja um nome incomum no Brasil atualmente, existe um feminino de Guilherme que sempre foi popular no Brasil: Wilma, que deriva do alemão Wilhelmina.
Existem muitas palavras de origem germânica que começavam com “w” originalmente e ganharam um “g” quando entraram no vocabulário das línguas latinas. É o caso de “guerra” – war em inglês. O oposto também aconteceu. “Guarda-roupa”, que é garderobe em francês, virou wardrobe após atravessar o Canal da Mancha.
Essa não é a única etimologia curiosa na seara dos nomes. Tiago e Iago, por exemplo, vêm do nome latino Iacobus – que, por sua vez, deriva do hebraico Jacob. Por outro caminho, Jacó deu origem também a Jaime e James.
Por sua vez, Ivan, que é um nome comum em países eslavos, vem do grego Ioannes. É a mesma etimologia de Johannes, John e do nosso tradicionalíssimo João.
Fonte: texto “Was it William or Guillaume? The language of the Norman conquest and beyond”, de Marc Pomerleau, da Université TÉLUQ.
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