Por que alguns sabonetes fazem mais espuma do que outros?
Entenda como é feito o seu aliado da hora do banho.
Por conta do ácido láurico. Antes de chegar nele, porém, vale falar um pouco mais sobre as matérias-primas da coisa.
Os sabonetes que você costuma encontrar no mercado são, em sua maioria, feitos à base de gordura animal. Esses lipídios (que também podem ser de origem vegetal ou sintética) passam por uma reação química, a saponificação, que libera dois subprodutos: a massa-base, já com suas propriedades de limpeza, e a glicerina, um álcool viscoso que funciona como hidratante.
Na produção dos sabonetes comuns, a glicerina é extraída e revendida para outras indústrias (farmacêutica, cosmética, alimentícia…). Já os de glicerina são os que mantêm esse álcool valioso na composição – por isso eles são mais caros.
Bom, a massa-base do sabonete ganha outras substâncias, como corantes, perfumes e antioxidantes. E, quando a intenção é aumentar a capacidade do sabonete de produzir espuma, as fábricas incluem produtos como óleo de babaçu e óleo da castanha da palma (também chamado de óleo de palmiste). Essas substâncias são ricas no tal ácido láurico, que ajudam a tornar as espumas mais espessas e estáveis.
Mas, então, por que não é qualquer sabonete que faz toda aquela espuma? Porque as bolhinhas vêm com um preço: a maior parte do óleo de palmiste usado no Brasil, por exemplo, é importado da Indonésia e da Malásia. Quanto mais desse tipo de óleo, mais caro será o sabonete.
Fontes: Israel Morales Vignado, diretor de Negócios da JBS Higiene & Limpeza; Livia Passari, doutora em Química e professora da Universidade Anhembi Morumbi.