Por que choramos quando estamos tristes?
Porque o choro é involuntário: lágrimas e soluços são o jeito do seu corpo explicar que o sofrimento é autêntico – e convencer os outros a ajudar.
Pergunte ao seu cachorro. Sabe aquele “chorinho” que ele faz quando quer subir no sofá ou pede carinho? Pois é. Esse é o jeito que a evolução encontrou para ele se comunicar e fortalecer uma relação com os humanos, o que garantiu a sobrevivência da espécie.
Agora, passemos aos bípedes. Assim como os cachorros, chorar também é uma forma de comunicação entre humanos. Para o bebê, que ainda não sabe falar, o choro é a única forma de expressar fome ou dor para a mãe.
Já em adultos, acredita-se que a função evolutiva do choro é despertar empatia no outro e estimular a ajuda em momentos de necessidade. Afinal de contas, o ser humano é um animal social, e a cooperação entre indivíduos foi essencial para a sobrevivência da espécie.
Por ser uma reação involuntária do corpo, o choro é mais eficaz do que um pedido de ajuda verbal. Você pode até dizer que está com dor, mas isso não é tão convincente quanto chorar de dor, porque as lágrimas são involuntárias. Ele demonstra que o indivíduo não está conseguindo lidar com aquele sentimento sozinho, o que faz com que outra pessoa se aproxime para dar apoio emocional.
Mas do que adianta chorar sozinho no quarto então? Outra utilidade do choro: ele libera hormônios e neurotransmissores que aliviam a tristeza e dor. A encefalina, encontrada nas lágrimas emocionais, funciona quase como um analgésico, com ação semelhante à da morfina. Além disso, já se sabe que expressar as emoções, seja de forma verbal ou não verbal, alivia as tensões e ajuda a elaborar a tristeza. É por isso você se sente melhor depois botar todo o choro pra fora.
Segurar o choro significa reprimir alguns sentimentos, tornando mais difícil lidar com eles. Médicos e psicólogos recomendam chorar para liberar as emoções – mesmo que seja sozinho no quarto.
Fonte: Betina Lejderman, psiquiatra.
Pergunta de @veveholz, via Instagram.