Por que o “trio elétrico” tem esse nome?
Conheça a história de Osmar Macedo, Dodô e Temístocles Aragão, o trio original.
Tudo começou com a dupla de músicos Osmar Macedo e Dodô, que tocaram frevo no Carnaval de Salvador a partir de 1951 a bordo de um Ford Modelo T fabricado em 1929 e apelidado de Fobica Elétrica. Em 1954, eles incluíram um terceiro membro, Temístocles Aragão, e assim o nome “trio” se consagrou.
A parte do “elétrico” é crédito de Osmar. Até aquela época, o carnaval de rua dependia de grandes bandas de sopro – instrumentos como trompetes e trombones eram os únicos com volume suficiente para cobrir a bateria. Violões, cavacos, bandolins e outros instrumentos de corda não tinham chance.
Osmar – que além de músico, era engenheiro – resolveu esse problema montando os primeiros captadores de fabricação nacional. Captadores são ímãs que transformam a vibração das cordas em um sinal elétrico que é enviado a um amplificador. Esses dispositivos, criados no começo do século 20, equipam todas as guitarras e baixos atuais.
Osmar usava seus captadores made in Brazil nos chamados “paus elétricos”: instrumentos pioneiros de corpo maciço (ou seja, sem a caixa de ressonância dos violões, violas e afins) que deram origem ao que hoje se denomina guitarra baiana. Esse instrumento elétrico 100% nacional, normalmente com quatro ou cinco cordas, embala o carnaval até hoje na mão de bandas como o BaianaSystem.
Pergunta de @thggomes, via Instagram
Fontes: livro Uma árvore da música brasileira; texto “1951: O ano em que a Bahia foi atrás da Fobica, e não parou mais”, na Folha de S. Paulo;