Foi na Grécia antiga que surgiu um dos conceitos mais importantes da humanidade: a democracia. Em Atenas, por volta do século 7 a.C., os cidadãos livres reuniam-se para discutir e tomar decisões que afetavam toda a comunidade. A essa forma de participação coletiva deu-se o nome de democracia, palavra que tem origem nos termos gregos demos (povo) e cracia (governo), ou seja, governo do povo. Por uma questão numérica, as democracias modernas transferiram o poder de decisão para um grupo menor de pessoas – a democracia indireta e representativa. Esse tipo de representação surgiu na Idade Moderna na Europa, onde os reis convocavam representantes de vários estratos para decidir sobre assuntos urgentes. O tiro saiu pela culatra. Durante as revoluções (Inglesa e Francesa), os parlamentos tornaram-se independentes e passaram a atuar em defesa dos cidadãos.
A democracia, no entanto, é um regime recente, em evolução em muitos países. Das 165 repúblicas do mundo, apenas 12 são democráticas há mais de 30 anos. Sem contar as nações que se dizem uma democracia, mas estão longe disso – caso do Vietnã. Democracia é muito mais do que eleições diretas. Peter R. Demant, professor de história da USP, lembra que, para se confi gurar uma situação de democracia, o país deve possui instituições, como o Judiciário, que atuem independentemente do governo, garantia de liberdades e direitos civis e a existência, de fato, de uma cultura política entre os cidadãos.