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Tomates eram conhecidos como venenosos e fedorentos. Como isso mudou?

Entre os astecas e os italianos, o fruto era ouro. Já os britânicos e os americanos acreditavam que ele era veneno. Conheça a breve história dos tomates.

Por Manuela Mourão
11 jun 2025, 19h00

Muito antes de ser amado por pizzaiolos, virar ícone da pop art por Andy Warhol (em sua versão enlatada) ou ser idolatrado por influenciadores de saúde em formato de suco, os tomates tinham uma reputação suja. Eram conhecidos por serem venenosos e fedorentos. Foram séculos até que o vegetal desse a volta por cima e se transformasse em um dos frutos mais plantados no mundo. Essa é uma breve história dos tomates. 

Tudo começou aqui nas Américas, com os Astecas. Foram eles que iniciaram o cultivo, consumo e deram nome ao tomate. Quando o México foi colonizado, espanhóis e portugueses levaram a fruta para a Europa, lá pelo século 16. 

Uma das primeiras menções ao tomate é de 1544. Um herbalista italiano, Pietro Andrea Mattioli, descreveu o fruto como uma beladona e uma mandrágora, alimentos que pertencem à mesma família do tomate, a Solanaceae. Nessa época, segundo a historiadora Elisabeth Whittle, o tomate foi inicialmente chamado de ‘pomi d’oro’, ou maçã dourada, um nome que rapidamente ganhou aceitação geral e continua em uso na Itália até hoje.

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Mas tudo mudou em 1597, quando o herbalista e botânico inglês John Gerard chamou os tomates de “corruptos” e “de cheiro forte e fedorento” em seu livro, Herbal. Essa declaração ficou famosinha entre os britânicos e selou o destino do tomate na Grã Bretanha – e, posteriormente, nas colônias americanas – por mais de 200 anos.

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Para piorar a fama do fruto, por volta dos anos 1700, os europeus começaram a temer o tomate. A maçã dourada se tornou a maçã envenenada. Alguns historiadores acreditam que o apelido é um resultado dos adoecimentos e mortes que ocorriam entre aristocratas após o consumo do alimento. 

Mas é que nada disso era culpa dos tomatinhos. Uma hipótese sugere que o problema estava nos pratos que os ricos usavam no jantar. Muitos deles eram feitos de estanho, com altos níveis de chumbo que, quando entravam em contato com os ácidos do tomate, desencadeavam uma reação química e causava intoxicação por chumbo.

No entanto, essa explicação não é aceita por todos os historiadores. Joe Schwarcz, diretor do Escritório de Ciência e Sociedade da Universidade McGill em Montreal, disse em um vídeo para o Montreal Gazette que “a quantidade que seria liberada seria insignificante, e você nunca ficaria doente por causa disso.”

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Para Schwarcz, uma explicação mais plausível é que os tomates eram pequenos e cresciam como frutas vermelhas na planta venenosa beladona. “Então, os herbalistas presumiram que, por causa dessa semelhança, os tomates eram venenosos”, disse Schwarcz.

O cenário começa a mudar por volta do fim do século 18 e no século 19, com a invenção da pizza em Nápoles. 

De acordo com o historiador Andrew F. Smith, autor de “O tomate na América: história antiga, cultura e culinária”, a imigração italiana nos séculos 19 e 20 para as Américas contribuiu ainda mais para a popularização do alimento. Assim, ele entrou de vez para os pratos de Norte a Sul do continente. 

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Nos anos 1830, livros de receitas com tomate já circulavam nos EUA. Segundo Smith, mais de 1,5 bilhão de toneladas da fruta são produzidas comercialmente por ano. Dados de 2022 indicam cerca de 180 milhões de toneladas anuais, um aumento de 165% em duas décadas. 

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