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Carne vermelha ultraprocessada pode aumentar risco de demência, mostra estudo

Durante 43 anos cientistas analisaram o impacto de consumir carnes processadas frequentemente na dieta. Os resultados indicam um declínio na saúde cognitiva.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 27 jan 2025, 10h49 - Publicado em 26 jan 2025, 10h00

Diversos estudos realizados nos últimos anos apontam para os prejuízos dos produtos ultraprocessados à saúde. Reduzir o consumo deles garante a saúde do coração, além de impactar positivamente o meio ambiente e a saúde cognitiva a longo prazo. 

As carnes vermelhas processadas são alvo de críticas por nutricionistas há anos: comidas como presunto, bacon, salsicha, salame e linguiça não devem fazer parte da rotina. Agora, um novo estudo publicado na revista científica Neurology mostrou que quem consome cerca de duas porções (ou 100 gramas) desse tipo de carne por semana tem 13% a mais de chance de desenvolver demência em comparação com quem consume menos de três porções por mês. 

O mesmo estudo descobriu que pessoas que consumiam mais de sete porções desse tipo de carne por semana podem envelhecer o cérebro 1,6 vez mais rápido. O problema parece ser o processamento dos alimentos: a pesquisa não encontrou associação significativa entre demência e o consumo de carnes vermelhas não processadas, como bifes e carne de porco.

O estudo é um dos maiores já feitos. Os pesquisadores envolvidos analisaram dados de mais de 133 mil pessoas. Por 43 anos, elas registraram suas alimentações detalhadamente. No final desse período, 11.173 mil pessoas foram diagnosticadas com demência.  

Dong Wang, do Brigham and Women’s Hospital de Boston e principal autor do estudo, aponta os fatores de risco do consumo de carnes ultraprocessadas: “Tem altos níveis de gordura saturada e, em estudos anteriores, demonstrou aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, ambos relacionados a problemas de saúde cerebral.”

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Esse é um estudo observacional, então os autores não podem afirmar que o diagnóstico é causado unicamente pelo consumo de ultraprocessados, mas dá para traçar uma correlação. 

Mingyang Song, professor associado de epidemiologia clínica e nutrição na Harvard T.H. Chan School e que não esteve envolvido na nova pesquisa, disse à CNN Health que apesar da conexão [carne vermelha e saúde cognitiva] ser pouco estudada, já existem confirmações do impacto em outras áreas da saúde, como doenças cardiometabólicas, cânceres e morte prematura. “Em particular, a carne vermelha processada mostra a associação mais forte devido ao seu alto teor de sal, ferro heme e aditivos nocivos usados no processamento”, diz Song. 

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 Carnes processadas tem altos níveis de nitritos (frequentemente usados ​​na cura desses alimentos), compostos N-nitrosos e sódio. A presença dessas substâncias não só apresentam riscos adicionais ao envelhecimento cognitivo, como também têm sido associados com o diagnóstico de câncer.

“As diretrizes dietéticas tendem a se concentrar na redução dos riscos de condições crônicas como doenças cardíacas e diabetes, enquanto a saúde cognitiva é discutida com menos frequência, apesar de estar ligada a essas doenças”, afirma o autor do estudo em comunicado. 

Os pesquisadores sugerem que substituir, ou pelo menos reduzir, a quantidade de carne vermelha é essencial para o cuidado com a saúde. Implementar proteínas vegetais, de acordo com o estudo, resulta em um risco 19% menor do diagnóstico de demência. A substituição por peixe ou frango foi associado a uma redução de 28% e 16%, respectivamente.

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“Reduzir a quantidade de carne vermelha que uma pessoa ingere e substituí-la por outras fontes de proteínas e vegetais poderia ser incluído nas diretrizes para dietas que promovem a saúde cognitiva”, disse Dong Wang para o jornal El País. Os autores reconheceram que outras mudanças de hábitos também são necessárias para a melhorar a saúde.

Gente ultraprocessada

Gente ultraprocessada

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