Geladeira com laser sabe se a comida está estragada
O sistema, criado por uma equipe sul-coreana, analisa se os micro-organismos se movimentam após serem atingidos por laser
É segunda-feira, e aquele frango está na sua geladeira desde quarta. Você abre o pote, dá uma cheiradinha, e fica aqueles 15 segundos pensando se vai ou não comer. Decisão importante, na verdade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), só em 2015, 582 milhões de pessoas foram diagnosticadas com intoxicação alimentar ao redor do mundo – 351 mil delas morreram. Agora, se depender de um grupo de físicos do Instituto Avançado de Ciência e Tenologia da Coreia do Sul (KAIST), você não vai ter mais que se preocupar. Os coreanos desenvolveram uma geladeira que, equipada com lasers, consegue descobrir quando sua comida estragou.
A ideia funciona da seguinte forma: o refrigerador utiliza um sistema que dispara lasers sobre a carne. Depois disso, uma câmera capta se ocorre algum tipo de movimentação, em escala microscópica, na superfície do alimento. Se houver, isso significa que bactérias estão contaminando a comida, e que você não deveria comê-la.
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Os testes foram feitos justamente usando peças de frango. E, durante as pesquisas, os cientistas envolvidos conseguiram identificar que dois tipos de bactérias, E. coli e B. cereus, se reproduzindo no alimento. O sistema só funciona se os alimentos estiverem envoltos por plástico-filme (se você guardá-los em potinhos, não).
A grande sacada é que a técnica consegue analisar os alimentos sem ter que adicionar nenhum tipo de reagente químico – nem tocar a comida. “Ao contrário de outros métodos químicos ou moleculares, que inevitavelmente envolvem procedimentos com contato, o método em questão é baseado na análise de pontos de lasers dinâmicos, que pode ser obtido simplesmente medido o reflexo do laser vindo da amostra”, afirmam os pesquisadores no artigo.
O método, porém, tem algumas falhas. O experimento mostrou que o equipamento não consegue detectar micro-organismos que não reagem ao laser, como os vírus. Ele também não consegue dizer qual tipo de bactéria está presente nos alimentos.
Os pesquisadores afirmam que, além dos refrigeradores comuns, o sistema também poderia ser usado em indústrias, ajudando a garantir que os alimentos cheguem em boa qualidade aos consumidores.
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