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Ártico está esquentando até 4 vezes mais rápido do que o resto do mundo

Até então, cientistas acreditavam que a diferença seria de até três vezes; mas um novo estudo afirma que o problema é mais sério do que isso.

Por Leo Caparroz
15 ago 2022, 08h51

Um estudo mostrou que o Ártico aqueceu quase quatro vezes mais rápido do que o resto do mundo, um fenômeno conhecido como amplificação do Ártico. O novo número proposto na pesquisa atualiza valores anteriores de duas ou até três vezes.

Uma grande parte da razão do aquecimento acelerado do Ártico está ligada ao gelo marinho. Trata-se de uma camada fina, de um a cinco metros de espessura, de água marinha que congela no inverno e derrete parcialmente no verão. Esse gelo é coberto por uma camada de neve que atua como um refletor, mandando cerca de 85% da radiação solar recebida de volta para o espaço. No mar aberto, ocorre o oposto – o oceano absorve 90% da radiação solar.

Quando o gelo marinho derrete, as taxas de absorção aumentam. E então o aquecimento do oceano aumenta ainda mais o derretimento do gelo marinho, que por sua vez… contribui para um aquecimento acelerado dos oceanos – sim, um círculo vicioso (e cada vez mais quente).

Os últimos modelos climáticos que estimam a taxa de amplificação em 2,5 – isso quer dizer que a região aquecia 2,5 vezes mais rápido que a média do resto do planeta. Analisando as temperaturas da superfície nos últimos 43 anos, os cientistas defendem que a taxa mais correta seria de quatro vezes.

“Aqui mostramos, usando vários conjuntos de dados observacionais que cobrem a região do Ártico, que durante os últimos 43 anos o Ártico aqueceu quase quatro vezes mais rápido que o globo, o que é uma proporção maior do que geralmente relatado,” escrevem no artigo.

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Os modelos climáticos tradicionais raramente obtêm valores tão altos. Segundo os pesquisadores, isso sugere que eles falham ao capturar plenamente os ciclos de aquecimento que causam ​​a amplificação do Ártico. Assim, acabam por subestimar o fenômeno e as possíveis consequências que o acompanham.

Formada por terra e gelo, o permafrost também se desequilibra com esse aquecimento. A parte de gelo derrete cada vez mais, o que aumenta a atividade biológica do solo e libera mais carbono na atmosfera. É dito que o permafrost do Ártico contenha gases suficientes para aumentar as temperaturas médias globais em mais de 3 °C. Além disso, o degelo de geleiras na região pode elevar o nível do mar em até 7,4 metros.

A pesquisa é imprescindível para manter as preocupações com o aquecimento global atualizadas. Entender mais do planeta ajuda a preservá-lo e, por consequência, preservar nossa estadia nele.

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