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Esta imagem é real

Foi feita pela NASA. Ela mostra as ondas de choque de dois supersônicos, e podem ajudar a trazer volta os voos comerciais hipervelozes.

Por A.J. Oliveira
Atualizado em 13 mar 2019, 10h33 - Publicado em 11 mar 2019, 19h43

A NASA é uma caixinha de surpresas. Não há quem nunca tenha ouvido falar dos foguetes e sondas que há décadas a agência lança para explorar o Universo. Todo esse hype em torno da exploração espacial acaba ofuscando uma outra vertente de atuação da NASA, tão essencial a ponto de corresponder ao primeiro “A” da sigla: a aeronáutica. Parte importante da missão da agência é desenvolver pesquisa e desenvolvimento para aprimorar o voo atmosférico. E esse departamento meio esquecido acaba de divulgar imagens incríveis.

Elas mostram dois aviões quebrando a barreira do som muito perto um do outro. Quando uma aeronave atinge e ultrapassa a velocidade de 1,2 mil quilômetros por hora, a mesma que o som viaja, acontece algo curioso: toda a pressão infligida no ar ao redor produz ondas. Logo em seguida, essas ondas se fundem e boom — liberam um ensurdecedor estrondo sônico. Além de assustar as pessoas no chão, esse barulho pode quebrar janelas e causar outros tipos de danos estruturais.

Em grande parte, o motivo de não vermos mais aviões supersônicos como o Concorde voando por aí desde 2003 são os booms sônicos. Vários países e cidades proibiram que essas aeronaves sobrevoassem seus territórios justamente para evitar o estrondo. As novas fotos divulgadas pela NASA são uma peça crucial nos estudos para desenvolver o X-59, avião capaz de romper a barreira do som de maneira bem menos escandalosa, com um barulho que mais se assemelha a um ronco.

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(Nasa/Domínio Público)

As imagens mostram detalhes nunca antes registrados sobre como as ondas de choque são produzidas por aviões que acabam de atingir velocidades supersônicas — e como essas ondas se misturam. Para obter tais condições e capturar essas fotos, pilotos tiveram de protagonizar manobras arriscadas. Dois jatos T-38 voavam lado a lado a uma altura de 9,1 quilômetros (30 mil pés) quando passaram “raspando” por um terceiro avião que estava só nove metros acima. Dali, uma câmera avançada de alta velocidade tirou as fotos.

Pesquisas aeronáuticas da NASA são conduzidas pelo Armstrong Flight Research Center, que fica na Califórnia. “Esses dados vão realmente nos ajudar a avançar nosso entendimento sobre como esses choques interagem”, disse em comunicado Neal Smith, da empresa AerospaceComputing, parceira da agência no projeto. Eles podem abrir caminho para a construção do X-59 — além de representar uma nova esperança para o retorno dos voos supersônicos comerciais.

 

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