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Japão se torna o quinto país a chegar à Lua. Saiba como foi o pouso

A tecnologia “Olhos inteligentes” pode ter contribuído para a luniterrisagem mais precisa da história. Entenda.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 19 jan 2024, 18h20 - Publicado em 19 jan 2024, 18h19

Na tarde desta sexta-feira, dia 19 (ou na madrugada do dia 20, para os japoneses), o Japão se tornou o quinto país no mundo a chegar até a Lua. De acordo com a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa), o Módulo de Aterrissagem Inteligente para Investigar a Lua (Smart Lander for Investigating Moon, ou SLIM), pousou no satélite por volta de 12:20 no horário de Brasília.

A sonda sem tripulantes é equipada com uma tecnologia nunca antes utilizada para missões lunares. Chamada de Smart Eyes (“olhos inteligentes”), ela utiliza um algoritmo que analisa as imagens das câmeras da sonda e compara com imagens e dados de outras espaçonaves. O resultado é uma alta precisão ao mirar o seu local de pouso.

Lançado no dia 7 de Setembro de 2023 do Centro Espacial Tanegashima, a missão, apelidada de Moon Sniper (algo como “atirador lunar”), tinha como objetivo realizar a luniterrisagem (um pouso na Lua) mais precisa da história. Eles buscam atracar a sonda com uma margem de erro de até 100 metros do alvo desejado. Para comparar, as outras sondas enviadas ao satélite pousaram a quilômetros de distância de seus destino originais.

O módulo está equipado com dois rovers de exploração, com equipamentos científicos próprios para a coleta de dados. E ele enfrentou alguns problemas durante o pouso. Os painéis solares, por exemplo, não estão funcionando, de modo que a sonda está sendo alimentada somente por sua bateria.

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Caso isso não seja solucionado, a nave terá uma vida útil bastante curta. Afinal, a prioridade do Japão é o envio dos dados obtidos, e não que ela retorne à Terra.

Ainda levará cerca de um mês para que se possa confirmar a precisão do Smart Eyes. Espera-se que a sonda tenha estacionado próximo à cratera de Shioli, região com presença de rochas lunares vulcânicas. Os dados sobre essas pedras podem fornecer novas informações sobre a origem e a formação da Lua – e também do planeta Terra.

O Japão é o quinto a entrar na seleta lista de visitantes lunares. Em 1959, com a Luna 2, a União Soviética foi o primeiro país a pousar uma sonda no satélite. Depois, em 1969,  no auge da Guerra Fria, os EUA enviaram a primeira missão tripulada, a missão Apollo 11. Posteriormente, a China, em 2013, pousou a sonda Chang’E 3. E, em agosto do ano passado, a Índia se tornou o primeiro país a pousar próximo ao lado sul do satélite.

A tecnologia de pouso preciso do Japão pode ajudar as próximas missões à Lua – do país e de outros. Vale lembrar que a Nasa, a agência espacial dos EUA, planeja levar novamente humanos ao satélite em 2026, por meio do programa Artemis.

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