Parte de foguete é capturada por helicóptero enquanto retorna à Terra
Apesar do sucesso inicial, o estágio de propulsão teve de ser despejado no oceano logo em seguida. Experimentos da empresa Rocket Lab tentam reutilizar foguetes para diminuir gastos.
Pegar um foguete caindo no oceano e levá-lo em segurança para a costa. Essa é a proposta da Rocket Lab, empresa aeroespacial norte-americana, e parte dela acaba de ser concluída com sucesso. Ou quase isso.
Depois de enviar um foguete com 34 pequenos satélites para a órbita terrestre, a partir da costa leste da Nova Zelândia, a empresa usou um helicóptero para recapturar parte do veículo (o estágio de propulsão) antes que ele caísse no Oceano Pacífico.
O problema é que, depois da captura inicialmente bem sucedida, os pilotos do helicóptero perceberam que a carga se comportava de forma diferente de testes anteriores – então, eles tiveram de soltar o foguete, que foi recuperado por um navio. Você pode assistir ao acontecimento no vídeo abaixo, da agência de notícias Reuters.
Pegar um foguete quando ele cai de volta à Terra, sem que ele se danifique com a água salgada do oceano, não é uma tarefa simples. Mas algumas empresas acham que vale o esforço, porque utilizar propulsores reutilizáveis – e recuperá-los sãos e salvos – pode significar menos gastos e mais lançamentos.
Por enquanto, só a SpaceX, do bilionário Elon Musk, consegue reutilizar parte de seus foguetes Falcon 9. Para isso, seu estágio de propulsão dispara algumas vezes para desacelerar e pousar em uma plataforma flutuante no oceano.
Mas o foguete da Rocket Lab, chamado Electron, é bem menor – tem cerca de um quarto do tamanho do Falcon 9 – e usa todo seu combustível para ir ao espaço. Então, a empresa investe em um método diferente: a captura no ar.
Paraquedas são acionados, para diminuir o ritmo de queda, e um helicóptero pairando na área encontra o foguete e o recupera com um gancho na ponta de um longo cabo, como na representação artística abaixo.
“Nós fizemos muitas capturas de helicóptero bem sucedidas com réplicas de estágios [do foguete], realizamos testes de paraquedas e recuperamos com sucesso o primeiro estágio do Electron do oceano [durante missões anteriores]”, afirmou Peter Beck, CEO e fundador da Rocket Lab, antes do último teste. “Agora é hora de juntar tudo pela primeira vez.”
Esta foi a 26ª vez que a empresa lançou seu foguete, e o experimento foi considerado um sucesso parcial. “Certamente nos deu uma confiança extrema para continuar”, disse Beck ao jornal The New York Times.