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Do que são feitas as cápsulas de remédios em pílula?

Colágeno hidrolisado – a substância às vezes rígida, às vezes líquida, às vezes oscilante que você chama de gelatina.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 15h36 - Publicado em 19 out 2023, 14h41

Em geral, gelatina – sem sabor, é claro. “Mas Oráculo, gelatina não é uma coisa mole?” Na verdade, gelatina é o que você quiser. Pura, em condições normais de pressão e temperatura, ela é sólida. Aquecida, ele se liquefaz. Misturada com água, forma aquela coisa oscilante que servimos na sobremesa (quanto mais tempo você ferve a dita-cuja na panela, mais água ela perde e mais firme fica o resultado). De fato, remédios de cápsulas moles – como o analgésico ibuprofeno de 400 mg oferecido por várias farmacêuticas – também são comumente feitos de gelatina.

Gelatina é uma substância chamada colágeno hidrolisado. O colágeno é uma das proteínas mais importantes dos mamíferos e de outros animais de grande porte. Ele forma cartilagens, dá elasticidade à pele e é o ingrediente fundamental do tecido conjuntivo – que você pode entender como o enchimento ou cola que preenche os espaços livres entre órgãos, músculos e tecidos e dá ao nosso corpo sua consistência característica. “Hidrolisado” significa apenas que a proteína é quebrada em pedacinhos menores com o uso de água. 

Isso significa que as pílulas não são vegetarianas ou veganas: o colágeno usado geralmente é suíno ou bovino. Por isso, hoje, existem alternativas de origem vegetal, como cápsulas de hidroxipropil metilcelulose (HPMC). Você não deve, porém, sair trocando a cápsula de qualquer remédio antes de ingeri-lo. É que há uma variável importante aí: quanto tempo essa casquinha gelatinosa demora para se dissolver após a deglutição. Por exemplo: existem remédios feitos para serem liberados ainda no estômago, enquanto outros precisam ter um invólucro durável o suficiente para chegar ao intestino. 

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A Vegan Society, por exemplo, explica que nem sempre é viável levar o estilo de vida vegano em consideração na hora de tomar remédios, até porque todos eles foram testados em animais na fase de ensaios pré-clínicos, ainda que não levem componentes de origem animal em sua composição. O importante, nessa hora, é conversar com médicos e outros profissionais de saúde e tentar chegar a um meio-termo viável. 

Fonte: Gelita AG (fabricante alemã de cápsulas); artigo “Are your capsules vegetarian or nonvegetarian: An ethical and scientific justification”.

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