Qual é a temperatura mais alta que dá para alcançar?
Essa é uma questão capiciosa, da qual os físicos não costumam se ocupar. Mas há uma resposta possível.
Uma resposta pode ser 141.678.500.000.000.000.000.000.000.000.000 graus Celsius (há 32 casas neste número). É a chamada temperatura de Planck.
Para entender por que ela é um limite, é preciso se lembrar do que é temperatura: o grau de agitação das partículas que formam uma coisa. Conforme as partículas absorvem energia térmica, elas ficam mais ouriçadas e a temperatura aumenta. Aí entra em campo a clássica equação de Einstein: E = mc2. Isto é: energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado.
Massa e energia são faces da mesma moeda. Ou seja, uma partícula com muita energia começa a ficar muito gordinha. Tão gordinha que a gravidade – que normalmente só importa quando falamos de coisas imensas como planetas ou estrelas – entra em cena e atrai as partículas entre si.
Só há um problema: a teoria quântica, que descreve o comportamento das partículas, é incompatível com o trabalho de Einstein, usado para descrever a gravidade. Uma teoria que unifique as duas coisas é o Santo Graal dos físicos. Enquanto ela não existe, não há equações capazes de explicar o que aconteceria se algo ultrapassasse o limite de Planck.
Pergunta de Liam Jorge, Cascavel, PR