Arqueólogos encontram cervejaria de cinco mil anos no Egito
A fábrica possuía capacidade para produzir 22,4 mil litros de bebida de uma só vez. Pesquisadores sugerem que a cerveja era utilizada em rituais reais.
Uma equipe composta por arqueólogos egípcios e americanos encontrou o que parece ser a fábrica de cerveja em larga escala mais antiga do mundo. Ela está localizada em Abidos, um dos cemitérios mais importantes do Antigo Egito, que fica no sul do país.
Os pesquisadores sugerem que a cervejaria data do tempo de Narmer, faraó que governou o Egito por volta de 3.150 a.C. Na época, a bebida era utilizada em rituais que aconteciam dentro de instalações funerárias dos reis do Egito – ter uma fábrica da bebida dentro do cemitério facilitaria a logística.
O local descoberto conta com oito grandes áreas de produção de cerveja, cada uma com cerca de 40 baldes de barro dispostos em duas fileiras. Esses recipientes eram utilizados para aquecer os grãos e a água, originando a bebida. A estrutura da cervejaria permitiria produzir cerca de 22,4 mil litros do líquido de uma só vez.
O tamanho da cervejaria aponta para a riqueza dos governantes egípcios desde o início do período faraônico, que parece ter começado com Narmer. Seu nome é um dos primeiros a aparecer nas antigas listas de reis enterrados em Abidos. Alguns historiadores afirmam que o faraó foi o responsável por unificar o Baixo e o Alto Egito, mas essa não é uma verdade comprovada.
Matthew Adams, arqueólogo da Universidade de Nova York, explicou à CBS News que Narmer e seus sucessores construíram em Abidos espaços destinados aos cultos, onde ofertavam oferendas aos mortos. A cerveja estava inclusa neste pacote.
O local já havia sido descoberto no século 20 pelo arqueólogo britânico T. Eric Peet, mas pensava-se que os baldes eram utilizados apenas para secar grãos, uma forma de proteger contra o apodrecimento. Foi só em 2018 que outros arqueólogos voltaram ao espaço e descobriram, enfim, a enorme cervejaria que existiu ali.