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CoronaVac apresenta eficácia de 78%, revela governo de SP

Nenhum voluntário dos testes desenvolveu quadros graves de Covid-19. Caso haja aprovação da Anvisa, a vacinação no estado começará no dia 25 de janeiro.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 7 jan 2021, 18h14 - Publicado em 7 jan 2021, 15h12

Nesta quinta-feira (7), o governo de São Paulo divulgou, em coletiva, que a vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, possui eficácia de 78%. As autoridades também confirmaram que nenhum voluntário imunizado desenvolveu Covid-19 de forma grave ou moderada – nessas situações, ela foi 100% eficaz.

Os resultados foram apresentados pelo Instituto Butantan à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta manhã, em reunião para pré-submissão da vacina para uso emergencial. A solicitação deve ser oficializada até o fim do dia, quando ocorrerá uma segunda reunião. A porcentagem de eficácia está acima do mínimo exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa, que é de 50%. 

A CoronaVac utiliza uma tecnologia tradicional de vírus inativado, que estimula a resposta imune do organismo. Dizer que sua eficácia é de 78% em casos leves é o mesmo que afirmar que, a cada 100 pessoas que receberem a vacina, 78 estarão imunizadas e 22 poderão desenvolver a doença de forma leve. Internações, por sua vez, poderão ser evitadas em todos os casos.

Os resultados são referentes aos ensaios clínicos da Fase 3 realizados no Brasil. A vacinação dos voluntários teve início em julho de 2020 e, desde então, 13 mil profissionais da saúde de oito estados brasileiros receberam as duas doses do imunizante em um intervalo de 14 dias, como é indicado. 

A eficácia da CoronaVac deveria ter sido divulgada no final de 2020, mas enfrentou dois adiamentos, nos dias 15 e 23 de dezembro. O primeiro foi justificado sob a alegação de que o governo queria apresentar os dados completos da Fase 3, e não apenas informações preliminares, para acelerar o registro pela Anvisa. Já o segundo adiamento previa a incorporação de dados de outros países no documento. 

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Vale ressaltar que ainda não foram divulgadas todas as informações presentes no documento para o público, como a porcentagem de pessoas que receberam o imunizante ou placebo e quantas delas foram infectadas. Por ora, há apenas dados superficiais sobre a eficácia – o relatório completo deve ser publicado após o registro da Anvisa.

A CoronaVac vem sendo aplicada desde julho na China, quando foi registrada para uso emergencial no país. Até agora, 700 mil chineses já receberam o imunizante (que deve começar a ser distribuído também na Indonésia no dia 13 de janeiro). O governo chinês planeja fabricar, até fevereiro, 50 milhões de doses da CoronaVac e outras duas vacinas, desenvolvidas pela farmacêutica Sinopharm e que também estão sob uso emergencial.

Em São Paulo, a campanha de vacinação está mantida para o dia 25 de janeiro, mas a data depende da aprovação da Anvisa, que tem dez dias contados a partir da solicitação do Instituto Butantan para dar uma resposta. Contudo, o prazo pode ser reduzido para três dias, caso o registro seja formalizado também pela NMPA (Administração Nacional de Produtos Médicos), a Anvisa chinesa. A vacina está sendo aplicada no país asiático sob regime emergencial, mas a esperança é que ela receba o registro definitivo em breve. Caso isso ocorra, a Anvisa terá 72 horas para se manifestar, como assegura a lei federal brasileira sobre qualquer fármaco contra a Covid-19 aprovado em agências regulatórias internacionais.

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O plano estadual de imunização anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria, envolve a vacinação de 9 milhões de pessoas em sua primeira fase, que durará três meses. Profissionais da saúde, indígenas e quilombolas devem ser os primeiros a receber o imunizante, com a primeira dose no dia 25 de janeiro e a segunda em 15 de fevereiro.

Depois, idosos com mais de 75 anos receberão a vacina nos dias 8 de fevereiro e 1º de março. Entre 70 e 74 anos, as datas estão mantidas para 15 de fevereiro e 8 de março. Idosos de 65 a 69 anos receberão suas doses nos dias 22 de fevereiro e 15 de março. O último grupo envolve pessoas entre 60 e 64 anos, que se imunizarão nos dias 1º e 22 de março.

A vacina será oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Outras fases devem ser anunciadas mais para frente. O Brasil já conta com 10,8 milhões de doses da CoronaVac, com previsão de outras 35 milhões para serem entregues ao país na primeira quinzena de fevereiro.

Em âmbito nacional, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, disse que o plano de imunização está em processo avançado, com doses suficientes para também começar em janeiro, ainda que sem uma data exata. A campanha envolve não apenas a CoronaVac, mas também a vacina de Oxford/AstraZeneca. 

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