Esta é a salada perfeita para astronautas, segundo cientistas
São sete ingredientes que atenderiam às necessidades nutricionais de um astronauta e poderiam ser cultivados a bordo. Confira.
Alface, tomate e cebola? Nada disso. A salada perfeita para astronautas, mais colorida e crocante, consiste em sete ingredientes: soja, sementes de papoula, cevada, couve, amendoim, sementes de girassol e batata-doce. É o que sugerem cientistas da Universidade de Adelaide, na Austrália, e da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
Os astronautas têm necessidades nutricionais diferentes daqueles que permanecem na Terra, porque experimentam condições estressantes como a exposição à microgravidade – cujos efeitos prejudiciais incluem perda óssea. Nesse contexto, eles precisam de mais nutrientes, como cálcio e vitamina D, do que o normal.
Esses profissionais podem passar um ano a bordo da Estação Espacial Internacional, geralmente comendo alimentos desidratados e de preparação rápida. Mas as viagens espaciais ficarão mais longas se missões com destino a Marte, por exemplo, se tornarem uma realidade nas próximas décadas. E aí a alimentação se torna um desafio maior.
Carregar muitos suprimentos dificulta as missões de longo prazo. E, quanto mais compridas forem as missões, mais importante é garantir refeições nutritivas e interessantes para os viajantes do espaço. Por isso, pesquisadores estudam como fazer isso desde já. É o caso da equipe liderada por Shu Liang, da Universidade de Adelaide.
Eles se basearam em um estudo da Nasa que indicou as necessidades nutricionais diárias de um astronauta. Então, selecionaram 100 culturas e mediram carboidratos, gorduras, vitaminas, fibras, aminoácidos e outros componentes dos possíveis ingredientes da Salada Perfeita.
Os pesquisadores alimentaram um modelo computacional com esses dados, e ele identificou 10 combinações, de seis e oito ingredientes, que forneciam os nutrientes nos níveis desejados. A vencedora foi a salada citada no início deste texto.
Para escolhê-la, os pesquisadores também levaram em consideração o espaço que cada planta precisa para crescer, quanta água é gasta no processo e quantos resíduos não comestíveis (como cascas e sementes) sobram após o preparo da salada. Quanto mais econômica fosse a combinação, melhor.
“A comida é parte integrante de se manter saudável e feliz”, disse Liang em um comunicado. “Por isso, também analisamos outros aspectos importantes de uma dieta espacial para promover o bem-estar dos astronautas, incluindo cor, sabor [e o quão agradável era comer os ingredientes juntos]”.
Em um teste conduzido por uma psicóloga espacial, quatro voluntários experimentaram a salada – e assim se avaliou seu “valor psicológico”. Agora, o próximo passo é projetar as câmaras e os sistemas em que se poderia cultivar os vegetais escolhidos a bordo de uma nave espacial.