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Os animais conseguem prever terremotos? Um estudo tentou descobrir

Há quem acredite que, antes de um tremor, alguns bichos começam a se comportar de forma estranha. Uma experiência feita na Itália mostrou que isso realmente acontece. Mas a razão exata ainda é desconhecida.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 6 fev 2023, 17h11 - Publicado em 6 fev 2023, 17h08

A primeira referência à suposta capacidade animal de “antever” terremotos vem da Grécia. Por volta de 373 a.C., o historiador grego Tucídides notou que ratos, doninhas, cães e cobras haviam saído de suas tocas e fugindo para outros lugares nas vésperas de um tremor.

Em um estudo publicado em 2020 na revista Ethology, pesquisadores tentaram registrar cientificamente esse fenômeno. Eles observaram a atividade de animais antes de um terremotoEles monitoraram seis vacas, cinco ovelhas e dois cães de uma fazenda, em uma área propensa a terremotos no norte da Itália – no último milênio, aproximadamente 260 terremotos de magnitude 5,5 ou maior foram registrados no lugar, em uma média de um a cada quatro anos. Os bichos foram equipados com sensores de movimento. 

Entre outubro de 2016 e abril de 2017, os animais observados passaram por mais de 18 mil tremores. Esse número inclui desde microsismos e pequenas balançadas, com 0,4 de magnitude na escala Richter, até terremotos de 4 ou mais – incluindo um tremor devastador, com 6,6 de magnitude.

A análise estatística do artigo levou em consideração os movimentos diários normais e as interações dos animais. Os pesquisadores constataram que havia mudanças de comportamento até 20 horas antes de um terremoto. Quando todos os animais ficavam mais agitados, por 45 minutos ou mais, os pesquisadores previram que haveria tremores acima de 4,0 de magnitude. Segundo eles, sete de oito palpites foram corretos.

“Quanto mais próximos os animais estavam do epicentro do choque iminente, mais cedo eles mudavam de comportamento”, afirmou Martin Wikelski, primeiro autor do estudo, na época. “Isso é exatamente o que você esperaria quando as mudanças físicas ocorrem com mais frequência no epicentro do terremoto iminente e se tornam mais fracas com o aumento da distância.”

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Contudo, ainda não é claro como os animais sentem a iminência de um terremoto; e, por isso, não é recomendado usá-los como parâmetro. Wendy Bohon, geóloga da Incorporated Research Institutions for Seismology, nos Estados Unidos, que não participou do estudo, questionou se em alguns casos os animais tiveram o comportamento incomum sem um terremoto na sequência – ou até se falharam em prever algum.

“Meu gato pode agir como louco antes de um terremoto”, afirmou à Scientific American. “Mas meu gato também fica louco se alguém usa o abridor de latas.” Segundo ela, para que os bichinhos sejam sirenes de alerta, seria necessário ter certeza de que eles exibam comportamento incomum apenas em reação aos terremotos.

Mesmo assim, os pesquisadores ainda consideram seu trabalho como um bom primeiro passo para a solução desse mistério. Com mais pesquisas no futuro, eles esperam testar a reação de diversas espécies à atividade sísmica.

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