Sim, e o principal deles é a cevada. O cereal da sua cervejinha é a base do caffè d’orzo (“café de cevada”), uma bebida italiana com gosto similar ao do tradicional, mas sem cafeína.
O orzo costuma ser feito em máquinas de espresso ou numa orziera – uma versão da moka (a cafeteira italiana) com um filtro específico para o pó de cevada. Na Europa, esse cereal sempre foi uma alternativa barata ao café (uma planta tropical, que não cresce no Velho Continente), e se tornou especialmente popular durante (e após) a Segunda Guerra Mundial, quando as importações da commodity ficaram mais escassas.
Até hoje, é possível encontrar na Europa marcas de “café fake”, como a Caro, da Nestlé, e a Inka, da empresa polonesa Skawina. Produtos do tipo são chamados de “cafés de cereal” e são feitos, geralmente, a partir de uma mistura de grãos: cevada, centeio… no Brasil, dá para encontrar café de milho.
Alguns desses cafés acrescentam chicória à mistura. Pois é: a planta (cuja folha você pode comer como salada ou refogada) é um outro popular substituto do café em vários países – nos EUA, o café de chicória é uma iguaria tradicional da cidade de Nova Orleans. As etapas de fabricação são as mesmas: secagem, fermentação, moagem e torrefação. A diferença é que, nesse caso, a matéria-prima não são grãos, mas sim a raiz da planta.
No norte do Brasil (sobretudo no Pará), dá para encontrar ainda o café de açaí, feito a partir dos caroços torrados (e moídos) da fruta. É uma maneira de aproveitar os descartes da produção da polpa comercializada mundo afora. A bebida é mais clara e leve que o pingado da padaria – e, assim como os outros substitutos, não tem cafeína.
Pergunta de @jv.calderaro, via Instagram