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Coronavírus: recuperações ultrapassam mortes

Mais de 530 pessoas já se recuperaram da infecção, em comparação a 360 mortos. Entenda os números por trás do novo vírus.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 25 mar 2020, 12h05 - Publicado em 3 fev 2020, 16h52

O coronavírus 2019-nCoV tem sido a principal preocupação do mundo. Hoje, a bolsa de valores da China abriu com o pior desempenho desde 2015. A Uber do México chegou a banir temporariamente usuários suspeitos de infecção, e a Apple fechou lojas na China. Mesmo no Brasil, que ainda não teve nenhum caso confirmado, a procura por máscaras em farmácias chegou a triplicar nos últimos dias.

Mesmo em meio a uma pânico mundial, existem boas notícias. O número de pessoas que se recuperaram do coronavírus já é maior do que as mortes causadas pela infecção. Na tarde desta segunda-feira (03), 362 pessoas haviam morrido, mas 536 estavam totalmente recuperadas.

Os dados são de um mapa criado pela universidade John Hopkins, nos EUA. Ele reúne informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições internacionais sobre o número de infectados, mortos e pacientes recuperados da infecção.

Como ocorre a recuperação?

Na maioria dos casos, a manifestação do coronavírus equivale a de um resfriado comum. Os sintomas são tosse, febre e dificuldade de respirar, incluindo pneumonia em casos mais graves. Também já foram registrados casos de infecção sem a manifestação de sintomas.

O tratamento envolve cuidar dos sintomas do paciente, já que ainda não há remédio capaz de eliminar o vírus imediatamente. Mesmo assim, a maioria dos infectados acaba se recuperando por si só.

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O corpo se livra do coronavírus da mesma forma que expulsa um resfriado. O sistema imunológico acaba varrendo o vírus do organismo, resultando em uma recuperação completa. O problema acontece quando o sistema imunológico não vai bem.

Segundo o governo chinês, a maior parte das 362 mortes ocorreu em pessoas idosas ou portadoras de doenças crônicas, que já possuem o sistema imunológico enfraquecido. A vítima mais jovem morreu após um ataque cardíaco, aos 36 anos de idade.

Até agora, o novo coronavírus é menos letal que seus parentes mais antigos. O coronavírus SARS, que se espalhou pela Ásia em 2002 e 2003, matou 774 pessoas, 9,6% do total de infectados. Já o MERS, que predominou no Oriente Médio em 2012, teve uma taxa de mortalidade de 34,4%, matando 858 infectados.

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O coronavírus de 2019 não chega nem perto disso. Em meio a mais de 17 mil infectados, apenas 2% foi a óbito. E pode ser que essa taxa seja ainda menor. Estimativas indicam que 100 mil pessoas já possam estar infectadas no mundo, mas a maioria deve apresentar sintomas muito fracos ou mesmo nenhum sintoma. Assim, elas não sentem necessidade de ir ao hospital e não são diagnosticadas com o vírus.

Menos mortos, mais contágio

Apesar da porcentagem relativamente pequena de mortos, o número de infectados é muito maior que os dois últimos surtos. O SARS infectou 8 mil pessoas, enquanto o MERS não passou dos 3 mil. O novo coronavírus, no entanto, registrou 17 mil infectados em apenas um mês.

Isso acontece porque é transmitido antes mesmo de qualquer sintoma aparecer – o que não acontecia com o SARS e o MERS.

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Trata-se de uma ótima estratégia. O vírus da gripe, extremamente bem-sucedido, funciona exatamente assim. O influenza pode ser transmitido quando ainda está em período de incubação ou mesmo quando o infectado não apresenta sintomas. Segundo a OMS, a gripe mata até 650 mil pessoas por ano.

A principal diferença é que existe uma vacina para a gripe, enquanto as pesquisas para o coronavírus ainda estão sendo desenvolvidas. Até lá, as precauções continuam as mesmas da gripe: evitar contato com doentes, não colocar as mãos nos olhos, nariz e boca, e lavar as mãos com frequência.

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