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Arqueólogos encontram tartaruga grávida morta na erupção do Vesúvio

A fêmea estava a procura de um lugar para botar seu ovo pouco antes da erupção, há 2 mil anos.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 26 jul 2022, 13h37 - Publicado em 5 jul 2022, 20h06

Uma tartaruga grávida foi encontrada nos destroços de uma casa abandonada em Pompeia. Arqueólogos que escavavam as ruínas da cidade encontraram os restos da tartaruga de 14 centímetros de comprimento, além de seu ovo.

As descobertas adicionam novos detalhes ao entendimento do período entre 62 d.C, quando Pompeia passou por um terremoto, e 79 d.C, quando foi devastada pela erupção vulcânica. Arqueólogos descobriram o animal em uma parte da cidade que estava sendo reaproveitada para banhos públicos.

Eles acreditam que a tartaruga, da espécie Testudo hermanni, entrou em um prédio tão danificado pelo terremoto que não havia sido reconstruído; e que ela ainda não tinha colocado seu ovo quando o Vesúvio entrou em erupção. Tartarugas prendem seus ovos até encontrarem um habitat adequado para depositá-los. 

“Isso nos permite refletir sobre Pompeia nesta fase após o terremoto, mas antes da erupção, quando muitas casas estavam sendo reconstruídas, toda a cidade era um canteiro de obras e, evidentemente, alguns espaços estavam tão inutilizados que animais selvagens podiam passear, entrar e tente botar seus ovos”, relata Gabriel Zuchtriegel, diretor do sítio arqueológico de Pompeia.

No passado, os arqueólogos já haviam descoberto outras tartarugas em Pompeia, embora as tenham encontrado em jardins ou nas casas de moradores ricos. Apesar disso, é mais provável que a tartaruga em questão fosse selvagem. Depois de remover cuidadosamente os restos do local, os pesquisadores vão estudá-los mais a fundo no laboratório.

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“Pompeia foi substancialmente destruída e nem todos os lugares puderam ser reconstruídos após o terremoto”, afirma Mark Robinson, que trabalha no projeto de escavação de Pompeia. “A flora e a fauna da zona rural se mudaram para a cidade.”

Pompeia foi uma cidade romana no que hoje é o sudoeste da Itália. Na época da erupção, ela abrigava de 10.000 a 20.000 pessoas. Embora muitos moradores tenham fugido, estima-se que 2.000 cidadãos de Pompeia morreram.

Os sobreviventes abandonaram a cidade, que estava coberta por uma espessa camada de rocha e cinzas. Pompeia se manteve preservada por séculos, até que os exploradores descobriram a cidade congelada no tempo em 1748. Hoje, os arqueólogos continuam a explorar o local, encontrando animais, restos humanos e objetos. No mês passado, os pesquisadores sequenciaram o DNA de um homem que morreu na cidade.

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