Cientistas da China criam mapa da Lua mais detalhado até agora
Material disponível online mostra mais de 12 mil crateras e é uma síntese do que se sabe sobre a composição, estrutura e evolução da superfície do satélite.
Como é o relevo da superfície lunar? Quais rochas compõem o nosso satélite? Se você já pensou nessas questões, saiba que, recentemente, cientistas chineses criaram um novo mapa geológico da Lua, com mais detalhes do que nunca – e disponível online.
O mapa é resultado de um projeto que durou mais de dez anos, envolveu centenas de pesquisadores e foi liderado pelo Instituto de Geoquímica da Academia Chinesa de Ciências. Ele reúne dados coletados, por exemplo, nas missões do Programa Chinês de Exploração Lunar (o Programa Chang’e), realizado pela Administração Espacial Nacional da China, a partir do início dos anos 2000 – mas se baseia também em estudos realizados por cientistas de outros países.
O mapa divide a Lua em 30 quadrantes e está na escala 1:2.500.000 (ou 1:2,5M)– 1 centímetro equivale a 25 quilômetros. Ele mostra a composição e estrutura de 12.341 crateras de impacto e 81 bacias de impacto presentes na superfície lunar. Há também 17 tipos de rochas e 14 tipos de estruturas documentadas.
Até então, o mapa mais detalhado da Lua disponível era o Unified Geologic Map of the Moon (ou Mapa Geológico Unificado da Lua). Ele tem escala de 1:5M, foi criado por cientistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) e divulgado em 2020.
De acordo com os cientistas, a ideia é que o mapa seja uma síntese do que se sabe atualmente sobre os estratos geológicos, as características estruturais, a litologia e cronologia da superfície da Lua – elementos que, segundo eles, refletem a evolução da crosta lunar.
Mapas geológicos são recursos importantes para os cientistas porque ajudam a entender a história de 4,5 bilhões de anos do nosso satélite natural. E dá pistas sobre a origem e evolução do nosso próprio planeta também, já que a hipótese mais aceita para o surgimento da Lua é uma pancada que Terra levou de um gigante corpo celeste (o satélite, então, teria se formado a partir dos fragmentos da colisão).
Além disso, os mapas servem de guia para futuras missões: ajudam as agências espaciais a planejarem a exploração da Lua, selecionando, por exemplo, locais de pouso para rovers.
Você pode conferir o mapa na íntegra neste link – mas saiba que pode ser difícil carregar a página, por causa do volume de informação contido ali.